sábado, 26 de março de 2011

Cartesianismo e ciências humanas

Ainda sob os paradigmas medievais que dominaram o mundo intelectual até então, René Descartes decide romper com as tradições de sua época. Em oposição à magia e à filosofia especulativa (que nenhuma aplicabilidade real possuía, servindo apenas à vaidade dos sábios), o pensador inaugura um novo método de aquisição de conhecimento, o qual deveria posicionar-se a serviço da humanidade, de suas necessidades e de seu progresso, ou seja, dotado de excepcional praticidade. Em seu método , puramente racionalista, ignora informações obtidas pelos sentidos e tenta atingir verdades absolutas através do princípio da dúvida metódica, utilizando-se unicamente de sua própria razão.
Em tempos de ascensão de uma classe burguesa, que se alicerçava na obtenção de lucros através do trabalho e do empreendedorismo, e não de benefícios concedidos, a ciência moderna (neutra, liberta de sentimentos, prática e aplicável) de Descartes passa a ser acatada, para que se pudesse otimizar os processos de um incipiente capitalismo.
Dispensável é dizer que a linha de pensamento promovida por Descartes conferiu inúmeros e inigualáveis progressos à sociedade, até o momento, carente de conhecimentos aplicáveis no mundo real. No entanto, é interessante observar a influência que ela exerceu e exerce no intelecto dos mundos moderno e pós-moderno, em variadas áreas do saber. A partir do momento em que uma classe industrial, e, portanto, geradora de conflitos sociais, coloca em voga uma filosofia metódica, que não se envolva em questões humanas, não estaria ela evitando o questionamento da ordem imposta por ela própria, da qual se beneficia em detrimento de outros? Favorecendo a disseminação de um raciocínio mais apropriado às ciências exatas, não estaria tentando manter distante o aprofundamento nas ciências que proporcionam condições de crítica quanto à ordem na qual se vive? E não seriam também essas as ciências mais imprescindíveis à formação cultural do indivíduo, sua proteção contra a alienação e contra a aceitação de tudo que lhe é imposto pela sociedade? São essas questões a se considerar acerca do apelo ao pensamento de linha cartesiana.

A Razão como Luz da Ciência

René Descartes, em sua grande obra, O Discurso do Método, estabeleceu parâmetros para a investigação cientifica que influenciaram pesquisadores das mais variadas épocas e lugares. Em seu livro é possível distinguir os três pilares fundamentais em que se assentaram o seu método de investigação cientifica: a dúvida, o uso da razão e a crença na criação, por Deus, do universo, do homem e do conhecimento.

Para Descartes a dúvida tinha papel fundamental na criação cientifica, pois através dela podem-se eliminar eventuais equívocos e erros, além de colocar em xeque mitos, tradições e costumes que em nada contribuem para a construção do verdadeiro conhecimento, mas podem gerar falácias que não devem ser consideradas pela ciência, pois a através dela deve-se chegar apenas à verdade e nada mais.

A Razão é a única forma para se chegar ao verdadeiro conhecimento na medida em que por ela é possível distinguir o verdadeiro do falso, analisas experiências e chegar a conclusões verdadeiras sobre os varias fenômenos da natureza. Dessa forma Descarte acreditava que a através da racionalização a ciência poderia construir as suas contribuições para a sociedade.

Deus, segundo Descartes, era o criador de tudo, pois para a criação da natureza, que é perfeita, e do homem, que é dotado da razão, é necessário a existência de um ser superior, criador de tudo. Se através da máxima “eu penso, logo existo” pode-se chegar à conclusão da existência do homem, e através da razão pode-se provar a existência das leis da natureza e, portanto, dela própria, conclui-se que Deus existe. Porém como não se pode comprovar que o ato da criação em si foi feito por Deus, a crença em sua existência continua tendo por fim ultimo a fé.

Assim, podemos concluir que Descartes fez uma contribuição de suma importância para a ciência ao descrever os métodos que essa deve usar para as suas investigações. Devemos, portanto, tirar proveito dos seus ensinamentos e nos guiar pela Razão e sempre duvidar daquilo que não se pôde comprovar, dessa forma nós poderemos, assim como Descartes, contribuir para a evolução da ciência e, consequentemente, da humanidade.

Razão, Fé e Verdade - O tripé do conhecimento cartesiano

"Poder de julgar de forma correta e discernir entre o verdadeiro e o falso." Foi em busca de aprimorar este poder que o filósofo, físico e matemático René Descartes (1596-1650) dispensou parte de sua vida e seu trabalho. Adentrando em diversas áreas do conhecimento humano, ou seja, as Letras, a Filosofia, a Teologia e a Matemática, Descartes desiludiu-se ao perceber falhas em cada uma delas no que diz respeito a atingir a verdade absoluta e inquestionável, pois eram ciências obscuras, confusas e "contaminadas" pela influência da Igreja.
Quando, por fim, decide estudar a si próprio, Descartes descobre a existência de um Ser maior, uma natureza perfeita. Ciente de sua imperfeição e também da possibilidade de criar a ideia de algo superior e perfeito, o pensador conclui que tal ideia só poderia ter sido semeada por um ente possuidor de tais características, ou seja, algo ou alguém superior e perfeito.
Todo e qualquer objeto, ou matéria, de estudo e análise que pudesse gerar a menor dúvida, deveria ser considerado falso. Em sua pesquisa pela verdade, Descartes chegou ao princípio de sua filosofia que então o tornaria, mesmo que este não fosse seu intuito primordial, um grande e admirado filósofo: "Cogito ergo sum.", ou "Penso, logo existo." Aceitando-se como algo não-falso, pelo fato de possuir e articular pensamentos, Descartes chegou a evidência de sua existência.
"(...) conhecer é perfeição maior do que duvidar". Assim, o pensador define como verdade absoluta aquilo que podemos conceber clara e distintamente, sem que nos provoque dúvidas ou questionamentos. Essa concepção sobre a Verdade, segundo Descartes, só é admissível se for aceita a existência de Deus, aquele ente superior do qual se origina tudo o que existe em cada ser. A concepção de uma ideia provinda do nada é inaceitável para ele, portanto Deus seria o responsável por nos implantar a ideia do perfeito e todas as verdades as quais se pode atingir. De outro modo, nada poderia garantir que as "verdades" possuem a perfeição de serem realmente verdadeiras.
Descartes declara também que não devemos nos deixar convencer por nossos sentidos ou imaginação, haja visto que eles podem não estar vinculados com a razão. Além do mais, aquilo que nossos pensamentos possuem de verdadeiro deve nos ser mostrado mais quando estamos despertos do que quando sonhamos.
O homem, para atingir um maior grau de conhecimento acerca de todas as coisas, deve esgotar-se em experiências. Dessa maneira, através delas conheceria a priori todo e qualquer efeito de toda e qualquer causa. Mesmo que um único homem seja incapaz de realizar todas as experiências por si só, poderia servir-se de outros. No entanto, devendo sempre ser cuidadoso ao aceitar os resultados, uma vez que cada um realiza sua experiência de acordo com seus princípios, podendo assim afastar-se do objetivo de atingir a verdade.
René Descartes transformou a forma de produzir conhecimento dentro da sociedade feudalista em que vivia, sendo considerado o "fundador da filosofia moderna". Seu pensamento, segundo especialistas, foi o ponto de partida para a corrente do Racionalismo, na Idade Moderna.

Ciência: Da inquietação ao limite


Descartes busca o tempo todo desvencilhar-se do senso comum, dos hábitos e do metafísico. Encontra, através da dúvida, algo de que não pode duvidar: a existência daquele que pensa; e a partir daí inicia sua procura por um caminho para a verdade.

O autor não consegue, no entanto, se livrar do ideal de que exista no mundo ou fora dele algo infinito, eterno, imutável, perfeito. Ele considera isso um ser, exterior a ele, e supõe que esse ser seja o mesmo o qual os outros chamam de Deus.

Ainda hoje, quando se busca o conhecimento verdadeiro, tem se de passar pelo metafísico. A ciência, ao fim, vai encontrando cada vez mais pontos em comum com a fé, da qual não sabemos se é realmente dissociável. A busca de um método baseado estritamente no pensar é boa por nos livrar de mitos e doutrinas que nos aprisionam, pois só percebe que está acorrentado aquele que se inquieta.

No entanto, esse método possui seus limites, visto que o homem ainda precisa crer em algo, seja por necessidade legítima da psique, seja pelo pavor de tornar-se dono de seu destino.


Fábio Augusto, 1º DN

Método Universal.


No livro "O Discurso do Método" René Descartes discorre sobre suas experiências de vida e sobre o que acredita ser o melhor meio de atingir o conhecimento. Seu método se baseia na desconstrução do universo, do universal, e analisar as verdades particulares para assim alcançar maior conhecimento do todo. Tal procedimento explica o mundo unicamente pela razão e pela lógica, talvez por isso sua reflexão sobre a existência da alma e de Deus causem estranhamento e sejam um tema controverso, já que ambos não podem ser somente explicados logicamente.
Seus pensamento e método servem para praticamente qualquer campo científico e por isso influenciaram várias gerações de filósofos, sociólogos, matemáticos, físicos, biólogos, etc e, o fizeram ser considerado "o pai da matemática" e um dos fundadores da filosofia moderna.



A Divindade da Razão em Descartes

No “Discurso do Método” de Descartes, o autor, entre as demais reflexões, propõem uma interpretação diferente daquela que crê no homem como produtor independente de todo conhecimento e possuidor da razão, como a que há no movimento filosófico iluminista, por exemplo. Para ele, as coisas e as conclusões do homem, tomadas como verdadeiras pelo fato de serem concebidas de forma distinta, segundo ao raciocínio adotado pelo autor (“as coisas que concebemos muito clara e distintamente são todas verdadeiras”), são providas de um ser perfeito e soberano, Deus para ele. Este nos daria a clareza das idéias através da alma imperfeita que temos; e esta mesma, por ora, seria feita a partir do próprio ser perfeito, sendo nós reflexos imperfeitos dele.

Isto é uma das exposições que o autor faz, principalmente no trecho quarto do texto. E por ela, ele concluiu como surgem os postulados verídicos e, principalmente, a existência de alma e Deus. Aspecto peculiar este último, pois mesmo Descartes sendo extremamente racional e apoiando uma nova ciência livre de todos os misticismos e suposições sem fundamentos, ele acredita ainda que haja algo de divino e supremo dentro dos homens.


Diogo de Souza Mazzucatto Esteves - 1º Noturno

Um método que permite alcançar a verdade?!

Descartes parte do princípio da negação das verdades absolutas, ao considerar que as percepções dos sentidos humanos não sejam realmente verdadeiras, mas apenas imaginações criadas pela mente humana, como ocorre nos sonhos; e a partir disso, desenvolve um método científico que possibilite a verificação dessas verdades. Um método que tem como base a razão, e que permite a ele a afirmação da existência de um ser Perfeito, um Deus, que é responsável por todas as coisas existentes, e também a afirmação de sua própria existência, por possuir a capacidade de pensar, elucidada pela célebre frase: “Penso, logo existo.”.

Novo estágio do pensamento filosófico


O conhecido filósofo francês Descartes (1596-1650) é considerado o fundador do racionalismo moderno, inaugurando, assim, uma nova postura do conhecimento humano.
Nessa perspectiva, a intuição passa a ser considerada um método inapropriado para chegar ao conhecimento e os critérios rigorosos tendo por base a razão são aqueles tidos como essenciais para chegar a tal finalidade.
Comitantemente, Descartes decidira colocar tudo em dúvida para ver se alguma proposição resistia a esse esforço, quando deparou com a tão conhecida frase " Penso, logo existo" ( Cogito, ergo sun). Nenhuma objeto do pensamento resiste a essa objeção. Portanto, observou-se que podia por tudo em dúvida, exceto o fato que pensava.
Assim, conclui-se que com esses pressupostos foi-se firmando o racionalismo moderno, que residi no sujeito o fundamento do ato de conhecer, sendo o objeto mero ponto de referência. O pensamento opera com ideias e não com coisas concretas; o objeto do conhecimento é uma ideia construída pela razão.

Fé x Razão

Podemos o considerar um clássico, estudá-lo como grande obra de sua época e dizer ser ele essencial para a formação acadêmica; mas não conseguimos suportar sua dedução de Deus. O "Discurso do Método", de René Descartes, é uma referência global para os estudos de todas as áreas do conhecimento, pois ensina o leitor à lançar fora todo preconceito já existente e alcançar a verdade através da razão. Enfim, por meio do racionalismo, Descartes prova a existência de Deus. Mas como pode isso acontecer? Após apelar tanto à razão, Descartes esbarra na metafísica!

Vários argumentos são tecidos acerca disso. Primeiro, poderíamos considerar que para Descartes, a existência de Deus é inquestionável, por ter ele vivido em um período medieval, onde o Cristianismo controlava todo o conhecimento. É válida tal afirmação, contudo, limitada. Descartes não foi o único que chegou a tal conclusão de modo racional. Para Aristóteles (antes de surgir Cristianismo), o mundo precisava de um primeiro motor, sendo então Deus um "ato puro". Sir. Isaac Newton, outro grande pensador, disse: "Os movimentos que os planetas têm hoje, não puderam originar-se através de causas naturais isoladas, mas, sim, lhe foram impostos por um agente inteligente". Atualmente, nos Estados Unidos, são ministradas aulas sobre Criacionismo, e não evolucionismo. Diferente do que se pode pensar, as crianças não usam bíblias nas aulas, mas livros científicos baseados nas mais recentes descobertas. Alguns brasileiros, que se acham erudítos, ousam dizer que o "Gigante do Norte" retrocedeu no ensino infantil; cegos não veem que o Brasil, em suas melhores escolas, utiliza pesquisas (quando recentes) com atraso de trinta anos.

Retomando Descartes, podemos afirmar que na impossibilidade de racionalizar, seu recurso final é a fé. Errado! Hoje, a ciência estuda um novo ramo, chamado "Desing Inteligente". Entende-se que apenas um "ser inteligente" pode criar "vida inteligente". Fé seria crer que um universo imenso, com toda sua complexidade e leis perfeitas, surgiu sem que alguem perfeito o tivesse planejado. Não se trata de um critério subjetivo, mas de uma impossibilidade de negar.

Entendam que meu intento não é prova que Deus existe, mentes superiores já o fizeram ao longo da História. Meu desejo é apenas levantar uma questão: "Por que, após tantos pensadores explicarem, é ainda tão difícil tratar desse assunto?". Falar sobre Deus é polêmico, sendo impossível para alguns, simplesmente, escutar qualquer afirmação. Talvez, ouvir falar sobre o Criacionismo fira a sua fé.

O método gradativo, cumulativo e racional de Descartes

Logo no começo de “Discurso do Método”, René Descartes evidencia a razão como sendo a única coisa que nos distingue dos animais, e inicia-nos em seu método, com o qual mostra-se muito exigente e crítico. É esse criticismo que o leva a duvidar de tudo e a usar a razão na busca da verdade. Busca essa que devia dar-se de forma gradativa até que se alcançasse a verdade plena.

Descartes pensa ser o homem o elemento central na construção do conhecimento, é dele a responsabilidade de explicar os fenômenos que envolvem sua vida. Por isso, a ciência deveria ser usada como um instrumento público e cumulativo a favor da sociedade, o que leva o estudioso a criticar a filosofia especulativa, que não traz um efeito imediato à vida humana.

Um diferencial na obra de Descartes é a relação que ele estabelece entre a racionalidade e a mecânica divina, ele considera que seria necessário desvendá-la para transformar o mundo, usando-a em favor do homem.

É o comprometimento de Descartes com a racionalidade, com a clareza na exposição das ideias, que torna seu estudo ainda atual, já que a aplicacão desses conceitos mostra-se útil em diversas áreas de nossas vidas até hoje.

O Método aplicado ao Discurso do Método

Temos como bastante evidente serem os indivíduos distintos entre si, não completamente, mas essencialmente, visto que suas formações não podem jamais coincidir por completo. Desse modo, a individualidade é esculpida de maneira única. Daí deriva que os pensamentos dos homens divergem entre si, pelo menos em parte. Segundo Descartes: "Dirigimos nossos pensamentos por caminhos diferentes".
Diante disso, diferentes homens têm como evidentes opiniões diferentes, e as consideram tão corretas que assim nos parece imperativo não considerar nehuma delas correta. Contudo, é estranho pensar que nehuma opinião seja, de fato, correta. Pode ninguém saber qual. de fato é a vertente correta, mas ela existe. E o método de Descartes se propõe a encontrá-la.
Nota-se que o método é voltado para o próprio indivíduo, istó é, a apreensão de mundo e resoluções acerca de suas verdades derivam da própria razão, e não da crença ignorante nos sentidos, que "corrompem" a realidade. Há que se dizer, a razão nem sempre é imparcial e, não raro, está sujeita às paixões humanas. Por isso, é sensato buscar primeiro uma verdade que seja evidente por si mesma, para depois estender-se em demais buscas, gradativamente mais complexas. Descartes chega à seguinte: "Penso, logo existo".
Ocorre que essa verdade parece, sim, evidente. Contudo, esse sentido de "existo", para ele, é essencialmente imaterial, ou seja, não depende de corpo ou lugar para "acontecer". E é daí que Descartes nos expõe sua ideia de que a alma é distinta do corpo. Ora, consideremos esses fatos mais detalhadamente. A capacidade de pensar, tal como a entendemos como a faculdade de elaborar raciocínios os mais sofisticados é, até agora, uma exclusividade humana. Ela deriva de um cérebro mais bem constituído, onde ocorrem reações químicas que possibilitam esse fenômeno. Esse "existo" precisa, então, ser material. O cérebro de um animal outro não é capaz disso. Tampouco uma pedra é capaz de raciocinar. Se, por acaso, o que acabo de dizer for uma inverdade, então começarei a ter sérias desconfianças em relação àquele peixinho que está logo alí, no aquário. Ele saberia como disfarçar sua inteligência superior. Quem sabe a Revolução dos Bichos não seja tão utópica assim. E ficaria até mesmo constragido, pois já disse muitas coisas idiotas perto de pedras. Devem ter feito chacota de mim.
Vê-se por aí que Descartes concebeu um método que, é certo, pode ser muito útil, mas necessita ser visto e revisto, por que, veja bem, para ser um método perfeito, ele mesmo deveria ser uma verdade. E isso faz pensar que ele deveria ter passado pelo crivo de outro método, e assim sucessiva e infinitamente. Então, parece de uma arrogância e presunção tremenda querer chegar à verdade.
Um outro enfoque, um tanto empolgante, sobre o pensamento cartesiano: a tentativa de provar a existência de Deus. Descartes parte do pressuposto de que o conhecimento é mais perfeito que a dúvida e que, por isso, não pode derivar da imperfeição humana, mas sim necessita ser inculcado em nossa mente por um ser superior. Parece óbvio que a perfeição necessita derivar da própria perfeição. Mas, se considerarmos que a dúvida é um meio segundo o qual o conhecimento, que é o fim, deve ser ser atingido(pois, se não há dúvida, não se pode conhecer nada mais), então temos que a própria dúvida deve ser perfeita, tal como foi concebida para uso de criaturas inteligentes. Sendo tanto a dúvida quanto o conhecimentos duas perfeições, o ser humano torna-se pleno, em termos de intelectualidade, em si mesmo. Essa é apenas uma refutação ao pensamento cartesiano.
De qualquer forma, entender o método de Descartes como uma tentativa de se chegar à verdade e a aceitá-la como tal sem fazer nenhuma contenstação parece uma estupidez tremenda. O cérebro humano possui capacidades que se esgotam e, por isso mesmo, existe um limite de complexidade para os pensamentos. Um homem pode pensar com mais clareza do que o outro, isso sabemos. E se sabemos isso então não há porque não acreditar que nosso entendimento acerca de determinado assunto estende-se até um limite que, a partir daí, não pode ser pensado, apenas especulado. Há que se observar que todas as considerações feitas até então em relação a determinado assunto podem cair por terra em vista de uma nova descoberta(e descoberta essa que pode permanecer oculta para todo o sempre). Podemos simplesmente considerar que a perfeição seja, humanamente, inatingível.
Haja vista o que foi dito, o método de Descartes parece ser mais uma ferramente para, de maneira bem fundamentada, estabelecer um paradigma decente para guiar a própria vida do que um modelo a ser utilizado no sentido de provar verdades absolutas.

Descartes e a política pós moderna

"Penso, logo existo.".Quem diria que tão celebre frase proferida por René Descartes em seu texto "Discurso do Método" poderia ser uma máxima totalmente aplicável aos dias atuais?Nesse texto, o autor defende a interpretação racional das coisas,criticando todo o tipo de pensamento especulativo,influenciado por religião,astrologia,ou qualquer outro fator além da razão.O autor também reforça a impotancia da dúvida e que ela deve ser o ponto de partida na resolução das questões,problemas e descobertas.Isso pode ser relacionado ,intimamente,a política brasileira:Votamos em politicos nos quais não confiamos e deixamos que controlem o nosso futuro político ainda que seja em total desacordo com as nossas opiniões!Reconhecemos essa situação mas sequer nos questionamos sobre isso ,e sequer nos revoltamos!Esquecemos que somos seres racionais,que devem dúvidar,pensar o tempo todo para chegar a verdade e que dessa maneira estariamos preferindo a mentira e o péssimo costume de banalizar a política como se ela não nos influenciasse diretamente.Devemos,assim como Descartes,descordar do modo de pensar que privilegiava o status dos sábios da antiguidade,no caso os nosso políticos!

Racionalização da fantasia.

Admiravelmente, uma das figuras-chave do movimento racionalista cria seu método em busca da verdade tendo em vistas seu “precário conhecimento” e reconhecendo sua “ignorância”. Esta mesma lucidez levou Descartes a concluir sua máxima: “penso, logo, existo ”, tornando o pensamento algo inerente à alma do homem.

Não satisfeito com o mundo dos sentidos, Descartes atribui à intuição do homem parte expressiva na busca pela verdade, assentindo com o fato de que o imaginável deve ser inteligível e que o “suprassensível” deve ser divorciado do sensível apenas por nossa razão.

Nesse interim, o método consegue abranger a existência de Deus a partir do pressuposto de que o homem tem em si um ideal de verdade e perfeição que não deve partir de si próprio, por ser constituído de matéria imperfeita e falível, assim necessita de algo supernatural que as tenha criado. Cria-se a partir da racionalidade um ciclo, no qual a evidência conduz à ideia, e a ideia, à evidência.

Conclui-se que Descartes conseguiu condensar fatos imaginários aos sentidos humanos. E ainda sim discute sobre continuar procurando batalhas que o levem a vencer suas dificuldades e erros, incentivando-nos a nunca aderir coisa alguma como absoluta até que não sejamos totalmente perfeitos, ou seja, que nunca deixemos de duvidar.