segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Meio-ambiente não se opõe ao desenvolvimento

Entre as inúmeras questões altamente polêmicas que circundam a nossa realidade nos dias atuais, talvez estejamos diante da maior ou, pelo menos, umas das maiores delas quando tocamos no assunto do meio ambiente. Os motivos pelos quais tais discussões afloram constantemente talvez não sejam de tão difícil identificação, isso porque, aquela minoria esclarecida que possui discernimento suficiente para compreender fenômenos sociais, cultuais e de tantos outros valores que se desenvolvem a sua volta, pode facilmente compreender o principal fator que se opõe as medidas que visam à manutenção de um meio ambiente saudável, trata-se do atual modelo de produção e consumo industrial que é uma realidade em praticamente todo o mundo.
Antes de se fazer colocações acerca desse assunto, é imprescindível que exista uma análise da atual realidade da nossa sociedade, pois, inúmeras vezes, pontos de vista com toques de extremismos se mostram infundados. Essa afirmação se faz necessária porque, muitas vezes, diante de tais pontos de vista, a solução parece tão simples que não cumpri-la aparente certa irracionalidade, no entanto, sabe-se que historicamente, mudanças radicais no pensamento dos indivíduos se deram de forma muito lenta. Temos atualmente um individualismo tão enraizado que é difícil falar em ausência de recursos para gerações futuras, ou de países que sofrem com a falta de água. É evidente que, a partir das revoluções industriais, o meio ambiente se tornou a principal fonte para o desenvolvimento do homem, que passou a explorá-lo de forma desmedida e inconsequente.
Hoje já se sabe que os recursos naturais podem se esgotar, porém, muitas vezes pode parecer impossível escapar desse destino quando se tem em mente o menosprezo, tanto dos indivíduos quanto dos Estados quando se fala, por exemplo, em preservação do meio-ambiente ou em desenvolvimento sustentável. É fácil notar, principalmente em encontros internacionais, que os países costumam agir de acordo com seus interesses quando o assunto é o meio-ambiente. Grandes potências que deveriam servir de exemplo e dar o primeiro passo, são constantemente o entrave dessas discussões, o que impede seu avanço. Um exemplo disso se dá quando falemos em combustíveis renováveis. É curioso notar que essa questão está intimamente relacionada com o valor do barril de petróleo no mercado internacional. Quando esses preços se tornam, por algum motivo, exorbitantes, os combustíveis renováveis são levados em consideração, pois, passam a ser vistos como possível escapatória para esse problema econômico, no entanto, logo que esses valores voltam a se normalizar, esse assunto perde importância, e aquela impressão de preocupação geral com a questão ambiental se mostra falsa.
O homem deve de fato usufruir dos bens gerados pela natureza, mas é necessária a consciência de que isso não significa utilizá-la sem preocupar-se com possíveis consequências quando abusos são cometidos. O Direito ambiental vem com a função de regulamentar as relações da sociedade com o ambiente, tanto no âmbito público como no privado, mas acima de tudo é necessário que se compreenda que a única maneira de se encontrar soluções palpáveis para esses problemas é através da associação entre o desenvolvimento humano e a preservação do meio ambiente.

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