domingo, 7 de maio de 2023

O MATERIALISMO HISTÓRICO DE MARX E ENGELS

     Um dos expoentes do idealismo alemão do século XIX foi o filósofo Friedrich Hegel. Pensador alemão do período compreendido entre o final do século XVIII e início do século XIX, uma das principais teorias de Hegel diz respeito ao movimento histórico e à construção do conhecimento a partir do processo dialético. A dialética hegeliana, de forma sucinta, consiste na evolução histórica e do conhecimento a partir da criação de sínteses provenientes do conflito entre teses e antíteses; para o autor, tais sínteses não seriam a completa oposição entre uma certa tese e uma antítese, mas sim sua superação, englobando, de certo modo, ambas.

     Entretanto, o maior uso de destaque de sua teoria no contexto das ciências sociais se deu com o materialismo histórico de Karl Marx e Friedrich Engels. Os autores propunham que a análise social deveria ser feita por vias concretas, tendo sempre como foco a realidade em si, sem idealismos ou abstrações (a sociedade e os indivíduos tal como são, não como deveriam ser). Ainda, alegam que a observação da realidade social deve ser feita a partir dos meios materiais de produção a que utilizam, visto que, para eles, são estes que regem uma sociedade e a vida e as ações dos indivíduos que a compõem.

     No tocante ao encontro da teoria de Hegel e de Marx e Engels, embora os últimos se posicionem contra a maioria do pensamento hegeliano, calcado no idealismo, todos concordam acerca do movimento histórico dialético. Para Marx e Engels, as características básicas da sociedade capitalista (contexto histórico no qual estavam inseridos e que perdura até os dias de hoje) são os meios de produção como sua base e a existência de classes sociais conflitantes, divididas em duas, a que detém a propriedade privada dos meios de produção e aquela que é forçada a vender sua força de trabalho. Assim, analogicamente aos conceitos de tese e antítese, os autores afirmam ser essa luta de classes a responsável pelo movimento da história de modo que, ao curso do tempo, classes dominante e dominada confligem, resultando em uma nova dinâmica social, também dividida entre classes dominante e dominada, e assim sucessivamente.

     Dessa maneira, percebe-se a importância da análise materialista proposta por Marx e Engels para o entendimento do paradigma atual das sociedades capitalistas. Fica evidente o acerto dos pensadores quanto aos meios materiais de produção e a luta de classes serem, respectivamente, a base das sociedades contemporâneas e o motor da história. À exemplo destes, pode-se citar não só a Revolução Francesa (marcada pela luta de classes entre nobreza e burguesia) como um dos principais criadores do modelo social vigente na maior parte dos países do mundo contemporâneo, mas também o fato de que a grande maioria das sociedades atuais baseia todo o seu modo de vida e de organização em fatores como classe econômica e situação trabalhista, além do fortíssimo estigma e segregação àqueles que tentam se posicionar contrários à tal sistema.

Maria Clara Feitosa de Oliveira - 1° ano de Direito - matutino - RA: 231223481 


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