segunda-feira, 10 de abril de 2023

A Relação da Coerção Social e o Racismo nas escolas.

Ao falar sobre o primeiro contato com a sociedade e outros costumes, a escola tem o papel fundamental de mostrar essa primeira impressão para a criança, que no primeiro momento não percebe, mas com o passar dos anos nota-se uma estrutura e uma prática social muito presente e forte dentro do âmbito escolar, desde o ensino primário até o ensino médio.

 A escola será um espaço onde a criança ficará até a sua adolescência frequentando e por isso, o sociólogo Émile Durkheim traz um conceito importantíssimo sobre a escola e como ela cria um pensamento coercivo e velado para esses jovens. Durkheim denomina o ambiente escolar como um local propício para a propagação de ideias e influências de uma determinada sociedade para as pessoas ali presentes, ou seja, toda a educação e ensinamentos ali são frutos de um fato social advindo de uma influência externa que irá definir as atitudes e o comportamento dos alunos sem que eles percebam.

A popular frase “Estudar para ser alguém na vida” é o maior exemplo de coerção social, pois foi imposto para nós desde a escola sem que notássemos, que o estudo, o acúmulo de conhecimento e o trabalho qualificado, seria uma forma de sucesso e prestígio dentro de uma sociedade completamente capitalista e neoliberal.

Além disso é importante destacar uma problemática no Brasil que vem principalmente de um preceito que foi sendo incorporada para um coletivo com o passar dos anos, o racismo. A escritora Grada Kilomba em “Memórias da plantação: Episódios de racismo cotidiano”, destaca o racismo como algo estrutural e muitas vezes explícito dentro de ambientes científicos historicamente dominados por brancos, e por mais que seja em um ambiente diferente do escolar há muitas semelhanças nas desigualdades estabelecidas. Percebe-se que o baixo número de pretos em ambientes elitizados como escolas particulares, a predominância de pensadores e cientistas brancos e a associação do culto ou inteligente sempre ser branca não é uma coincidência, é algo intrínseco a nossa sociedade, que passou por um processo de marginalização e apagamento do preto e de sua cultura em nosso país, e como consequência você tem um racismo enraizado que vai além da nossa individualidade.

Diante de tudo que foi exposto a escola é um lugar de influências e de mudanças, portanto, deve ser um ambiente plural e multicultural, para que abra espaço e oportunidade para diferentes vozes e visões de mundo para de alguma forma resistir a essa coerção social que está inconscientemente em nós.


Hugo Rodrigues da Silva, Direito 1º ano (Matutino)

RA: 231222637

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