segunda-feira, 4 de julho de 2022

Análise compreensivista sobre Bartô Crouch

 Em meio a história contada, tanto em livros quanto nos filmes, sobre Harry Potter, um dos pontos mais enervantes e que causou muitos problemas foi a falta de confiança entre o protagonista e o Ministério da Magia, Instituição governamental mágica. 

Para Max Weber, mesmo que se analise entes coletivos, como o Governo, deve colocar em foco central, o indivíduo em si. Então, para analisarmos o Ministério da Magia, vamos considerar a figura de mais importância e de mais poder ali dentro: o Ministro da Magia, Bartô Crouch. Nascido no Século XX, de uma família puro-sangue bruxa, inserido nessa sociedade desde que nasceu, entrou para a política, aparentemente, desde cedo, sendo seu trabalho seu maior objetivo de vida e, portanto, sua prioridade. Por muitas vezes, deixou a família de lado, sendo esta constituída por sua mulher e filho. Depois de ter passado por uma época de guerra com o Lord das Trevas, Voldemort, e de ter vencido, precisava fazer a comunidade bruxa se estabilizar e se manter assim, independentemente do que acontecesse. 

Após fazer uma, apesar de curta, análise histórica, cultural e psicológica dele, é possível assumir que seu tipo ideal é o de um pai negligente, de classe alta, um político que desejava um governo sólido, garantir que os "males" da sociedade deixassem de existir e um homem traumatizado pela guerra que se recusa a passar por ela novamente. 

Devido a sua relutância em relação a guerra, desacreditou em Potter quando esse disse que o Lord da Trevas havia ressurgido. Ainda mais, por ser uma figura de poder no Ministério, tinha maior probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistências que quisessem acreditar no Menino que Sobreviveu. Devido a isto, não apenas aqueles dentro do ministério se voltaram contra Harry, mas também grande parte da sociedade bruxa: o Ministério possuía o controle do meio midiático mais importante na época, o jornal Profeta Diário, por onde muitas pessoas se informavam e davam grande credibilidade. A situação só se reverteu quando o próprio Ministro viu o Lord renascido ao vivo, bem na sua frente. 

Ademais, voltando ao fato de que Bartô era um pai negligente, foi devido a essa característica que seu filho, Bartô Crouch Jr. se aliou a Voldemort, com claras intenções de se rebelar contra o pai. O desejo de vingança era tamanho que o filho até mesmo cometeu patricídio. 

Assim, a partir do compreensivismo weberiano, é possível perceber como ações sociais, tomadas partindo de escolha de valores, somadas de outras ações sociais, formam uma relação social. A escolha de Bartô Crouch ter ignorado a família para focar no trabalho foi tomada devido a seus princípios de que a sociedade, principalmente após uma guerra, era mais importante, e a de ser frio com seu filho, mesmo já sendo muito distante, foi tomada devido a cultura bruxa dos sangues nobres de não demonstrar fraqueza e emoções. Isso culminou em uma relação social entre pai e filho que fizesse o último odiar ao primeiro. O cenário de instabilidade permanente , foi o que dispôs à aceitação/obediência diante da dominação, seja por motivos racionais, afetivos ou vinculados ao carisma. Ser dominado implica na aceitação de um modo de condução da vida “vinda de fora”, o que conceitua o Monopólio Legítimo da Força. 

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