domingo, 24 de abril de 2022

Progresso pra quem?

 



 
 

O positivismo se mostra uma ideologia que, embora pareça superada em algumas perspectivas, parte de preceitos que estão muito presentes no nosso cotidiano, principalmente no Brasil regido pelo bolsonarismo militaresco. A ideia de progresso positivista, finge abarcar a sociedade como um todo, no entanto, se mostra apenas uma forma de hierarquizar posições sociais a fim da preservação do status quo. Assim, tem por intuito manter grupos historicamente marginalizados em seus lugares “naturais”.

Quando observamos o governo federal com seu discurso “Brasil acima de todos” vemos praticamente o lema positivista transcrito. Seu intuito é mostrar que qualquer reivindicação daqueles que não se encaixam no seu ideal de Brasil, é menor, o questionamento de qualquer indivíduo à moral imposta deve ser subjugado em nome da pátria, em nome da ordem universal. 

Esse ideal de nação é problemático, pois é focado em noções hegemônicas que excluem o diferente, com apagamento sistemático de raça, classe e gênero. O positivismo se manifesta não só uma ideologia profundamente conservadora, como também, profundamente antidemocrática, dado que preconiza que a moral deve prevalecer perante o poder popular. Assim como o atual governo, que impõe a sua moral hegemônica e literalmente destrói e deslegitima os espaços populares de questionamento e de crítica à sua gestão, como universidades, setor cultural, imprensa, entre outros. Cabe a nós o questionamento, esse é o progresso que queremos? 

 

 

Luiza David F. Neves – 1 º ano Direito Matutino 

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