segunda-feira, 28 de junho de 2021

Pensando a lei de cotas através do olhar racionalista e empirista.

   Com a chegada dos portugueses ao Brasil se "inicia uma história", não só de um país, mas também de um povo, o povo negro, que fora escravizado por quase 400 anos, e que ainda sofre consequências diretas desse feitio. Diante disso, e sobre a perspectiva do mundo atual, se sabe que aquele que nasce negro no Brasil tem poucas ou nulas oportunidades de vida, por isso, em 2012 foi criada a lei de cotas, visando dar a essa população uma chance de melhorar suas condições sociais e econômicas. Porém, ela será revisada no ano de 2022, e isso traz a tona uma série de discussões que devem ser feitas e estudadas, não só por políticos, mas também pela sociedade. Para isso se faz necessário utilizar dois métodos: o racionalista, de Descartes e o empirista, de Bacon.

  Em primeiro lugar, é essencial olhar para a lei de cotas através de um olhar racional. Para tal, é preciso se questionar sobre algo: o racismo de fato existe? A resposta, apesar de ser obvia, é feita por muitos, e a fim de provar que sim, o racismo ainda existe, basta olhar para as consequências da lei áurea, em que, apesar dos negros escravizados terem sidos libertos, não foi dado nenhum aporte para que estes participassem da sociedade da época, fato que os marginalizaram e os tornaram odiados pela população; e, como herança histórica, a marginalização do povo negro vive até o século XXI. Outro ponto que é preciso ser abordado é se a leis de cotas de fato funcionam, segundo os professores Juarez Tadeu de Paula Xavier e Dagoberto José Fonseca, o melhor seriam políticas públicas voltadas para diminuir a desigualdade do ensino básico ( como  melhorar a qualidade das escolas públicas em lugares mais afetados pela pobreza), porém isso iria atrasar o processo de desconstrução do racismo no Brasil por ser uma política de longo prazo, logo, eles afirmam que a saída mais rápida e eficaz para este problema é a lei que permite que o negro adentrem em uma universidade pública e de qualidade através de uma competição justa. Sendo assim, é possível perceber que, de fato a lei que esta pra ser revisada deve ser mantida, mas com a ajuda de outras políticas que  auxiliem a destruição da desigualdade racial vivida no país.

  Além disso, outro método importante para se analisar a lei de cotas é o método apontado por Bacon. Isso porque tal método utiliza a experiência como base, fato que facilita a comprobação de que os negros são os que mais sofrem com assédios do Estado e de particulares. Basta lembrar: é mais comum ver uma noticia sobre um negro sendo morto pela policia ou um branco? É mais comum um negro ser preso ou um branco? Essas perguntas implicam repostas instantâneas, pois a experiência vivida por todo brasileiro, seja você racista ou não, mostra que os negros são os que mais sofrem em questões socioeconômicas, fato que prejudica uma construção de vida intelectual concreta e perspicaz. Além disso, ao se analisar dados, o site de noticiais UOL afirma que negros são 75% entre os mais pobres, enquanto brancos são 70% entre os mais ricos, dados estes que comprovam uma desigualdade racial-econômica, que por sua vez influencia de forma negativa a entrada de jovens negros no ensino superior. Visto isso, fica claro que a lei de cotas é uma ferramenta importante para que negros, que sofrem social e economicamente, entrem nas universidades e diminuam os racismos.

  Diante das questões apresentadas, fica claro que a lei de cotas deve ser renovada no ano de 2022, visando diminuir as desigualdades. Porém, além desta lei, é necessário que novas políticas públicas sejam feitas para auxilia-la, visando uma democracia mais democrática e tirando  a ideia de democracia racial do povo brasileiro.

Vitor H. Fumeiro Lima - turma: XXXVIII noturno

Fontes:https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/11/13/percentual-de-negros-entre-10-mais-pobre-e-triplo-do-que-entre-mais-ricos.htm

Xavier, Juarez Tadeu de Paula.

Fonseca, Dagoberto José.


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