segunda-feira, 28 de junho de 2021

 60% dos jovens de periferia

Sem antecedentes criminais já sofreram violência policial

A cada quatro pessoas mortas pela polícia, três são negras

Nas universidades brasileiras, apenas 2% dos alunos são negros

A cada quatro horas, um jovem negro morre violentamente em São Paulo

Aqui quem fala é Primo Preto, mais um sobrevivente.


Essa estrofe pertence à música Capítulo 4, Versículo 3, do grupo de rap Racionais Mc´s, lançada em 1997 no álbum Sobrevivendo no Inferno. Muitos fatos nos seus versos continuam atuais, porém, a partir do ano de 2012, com a instauração da Política de Cotas étnico-raciais, o número de negros nas universidades brasileiras aumentou substancialmente. Mas, apesar de notáveis avanços no acesso da população negra, pobre e periférica ao ensino superior, em 2022, 10 anos após a implementação de cotas, haverá a revisão da referida política. A pergunta é: 10 anos foram suficientes para acabar com a desigualdade racial, social, política e econômica no Brasil? Com apenas 10 anos se conseguiu mudar mais de 500 anos de racismo, de encarceramento, de marginalização da população negra? A resposta é simples e categórica: Não!


Apenas a política de cotas não pagará a enorme dívida que o Brasil carrega, mas sua manutenção é de suma importância. De muito criticada no momento de sua implementação, com argumentos de que não haveria meritocracia, que ocorreria uma piora acadêmica nas universidades, o resultado dessa ação foi, de fato, o oposto as críticas e se mostram muito benéfica ao ambiente universitário. Isso porque, como disse o professor Juarez, não há meritocracia em sociedades desiguais, e também a existência de pesquisas e dados que comprovam que o desempenho de cotistas é semelhante ao dos demais ingressantes. Daí se tem também a importância da ciência moderna. A comprovação da efetividade das cotas se dá através das provas empíricas e dos dados, com preconizou Bacon, que são submetidos a análises de metodologias científicas. Afinal, para Descartes, a ideia de ciência é voltada para o bem do homem, em busca de fins práticos, de transformações.




Leonardo Barbosa, 1º período Direito noturno. 

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