segunda-feira, 10 de agosto de 2020

O individual não é isolado


Ao menos em teoria

a pena é individualizada 

De acordo com a prática criminosa

o Estado diz que ela será aplicada


Mas fico pensando:

por trás disso, existe um histórico de preconceitos

Um passado que faz com que a criminalização

seja mais comum para alguns sujeitos


Sem falar na questão

da família da pessoa presa

Que sofre com a distância, com o estigma,

com a discriminação e com a pobreza


São os resquícios do Direito pré-moderno

que aparecem ainda na atualidade

Embora não seja mais um questão coletiva

a penalização com privação de liberdade


É fato que isso ainda atinge quem está por perto

Como os familiares dos presos, inseridos nos fluxos penitenciários

Que passam a ter suas vidas totalmente afetadas

por decisões tomadas no âmbito do Judiciário.



Fabiana Gil de Pádua - Turno Noturno


Referência: GODOI, Rafael. Vasos comunicantes, fluxos penitenciários: entre dentro e fora das prisões de São Paulo. Vivência: Revista de Antropologia, v. 46, p. 131-142, 2015.



Nenhum comentário:

Postar um comentário