segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Liquidez e flexibilização.


    O filósofos Karl Marx e Friedrich Engels, no século XX, trouxeram a necessidade da análise do capitalismo em todos os seus âmbitos. E, a partir disso, eles criaram a teoria do Materialismo Histórico Dialético, a qual afirma a relação direta de entre a organização social e as relações de produção da sociedade.

    Assim, ao longo dos anos, o funcionamento do capitalismo foi mudando. Tal modelo, em sua mais nova forma, incentivou a flexibilização profissional, ou seja, o trabalhador fica mais vulnerável aos riscos do mercado de trabalho; o que, naturalmente, causa certa ansiedade, de acordo com Sennett. 

    Atualmente, estamos inseridos numa realidade repressiva e opressiva; em que as relações econômicas, empresariais e sociais seguem a lógica da anulação das particularidades pessoais, provocando alienação e trabalho compulsório. 

    Dessa forma, urge a discussão sobre a efemeridade e a superficialidade das relações produtivas, as quais consideram os trabalhadores como simples máquinas de produção. Assim como afirma Sennett, o “capitalismo flexível” representa um sistema, no qual as empresas e trabalhadores precisam ser ágeis, estar sempre abertos à mudanças rápidas, assumir riscos constantemente e se reinventar continuamente. 

    Ainda, o “capitalismo flexível” promove a descentralização do poder, ou seja, as empresas dão aos funcionários, como uma recompensa, a liberdade de planejamento do trabalho. Isso pôde ser visto com muita intensidade durante a pandemia do coronavírus; visto que muitas empresas e até o Governo foram obrigados a adotar o método do “home-office” para continuar com suas atividades. Este deu maior liberdade para o trabalhador, mas tecnologias foram usadas para assegurar a presença e controlar a produção. 

    Com isso, é possível vermos, em nossa realidade, a teoria da sociedade líquida de Zygmunt Bauman, a qual prevê a efemeridade, superficialidade, fragilidade e individualidade das relações atuais, sejam elas profissionais, sejam elas sociais. Tal como ele afirma em: “Vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar”. 


Eduarda Pupe Rosas 

1º ano - Direito - Matutino (Turma XXXVII)


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