segunda-feira, 27 de julho de 2020

O positivismo surge diante de um cenário político marcado pelas revoluções burguesas do século XIV, entre 1830 a 1848. Nesse contexto em que não havia conhecimento sistematizado na ciência para domínio do mundo social, a corrente psitivista surge como a física social.

O sociólogo Augusto Comte defende que os objetivos do positivismo consistem em identificar a vinculação entre os fenômenos, e não buscar a essência das coisas. E as pesquisas positivas devem focar na apreciação sistemática daquilo que é, ignorando sua origem e seu destino final. Assim, o método positivista preocupa-se em descobrir as leis efetivas de um fenômeno social, definido pelas suas relações invariáveis de sucessão e similitude.

O positivismo acaba por naturalizar questões problemáticas da sociedade como as desigualdades sociais pois são tidas como necessárias para manutenção da ordem e conquitsta do progresso. Em função de manter a ordem social, o positivismo reforçar cada indivíduo a aceitar seu lugar social e seu papel definido, contribuindo para um cenário desigual, no qual parcela da população usufrui de poder e privilégios, enquanto o restante possui menos direitos, e não há a possibilidade de ascensão social pois deve-se acatar seu suposto status já definido.

Ainda que tenha sua importância, diante das problemáticas apresentadas, o positivismo é uma corrente ultrapassada para a observação de fenômenos sociais. Porém, há autores que ainda utilizam uma visão positivista na sociedade contemporânea, como Olavo de Carvalho em seu livro “O Imbecil Coletivo”. Nessa obra, o autor oculta opiniões extremamente preconceituosas atrás de argumentos positivistas ao dissertar sobre a homossexualidade.

Em seus textos, Olavo de Carvalho se refere á homossexualidade como homossexualismo, termo errôneo devido ao sufixo “ísmo” que configura patologia, e defende a heterossexualidade como o positivo, ou seja o correto diante do incorreto (homossexualidade). Ademais, o autor concentra a discussão na funcionabilidade social, sendo a relação heterossexual funcional na sociedade para a reprodução humana, enquanto a relação homoafetiva é apenas um desejo, não configurando um imperativo humano. Consequentemente, na visão olavista, a homossexualidade é egoísta e não contribui para o bem coletivo nem para a promoção da ordem social.

Diante disso, fica claro o caráter preconceituoso do autor ao afirmar tais absurdos sobre a homossexualidade, sendo esta a orientação sexual de um indivíduo que possui os mesmos direitos do que qualquer outro. E assim como no século XIV, a visão positivista ainda acaba por perpetuar relações desiguais na sociedade, resultando em grupos sendo marginalizados e inferiorizados.

Pedro de Miranda Cozac -1º ano Direito (matutino)


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