sábado, 14 de março de 2020

O funcionamento da engrenagem penitenciária

   O atual modelo penitenciário brasileiro simboliza o pensamento mecanicista cartesiano do filosofo iluminista René Descartes, ou seja, o encarceramento que é visto pelo Estado como a forma correta de tratar criminosos é falho, já que não é efetivo na diminuição da criminalidade. Para tal efeito esse problema deve ser visto de forma sistemática.
   Descartes acreditava que a natureza era como um relógio onde era possível reduzi-la à variadas peças que seriam analisadas individualmente e assim ser possível compreender o todo. Porém devemos ter em mente que o mundo tem que ser visto como uma acumulação de relações existentes, onde cada objeto influencia no resultado dessas interações.
   Grandes sociólogos acreditam que as grandes causas da criminalidade são: desigualdade social, desemprego, falta de educação, entre outros. Visto isso para aplacar as taxas de criminalidade é fundamental a preocupação do Estado com medidas para conter esses fatores que a perpetuam. Dessa maneira o número de infrações será reduzido de forma efetiva, ao contrário da efetividade do sistema penitenciário, que na realidade funciona como punitivismo, retirando o indivíduo da sociedade e logo o colocando de volta sem tratar da causa da ocorrência, isto é troca de uma peça no relógio quebrado sem entender o que se conecta à ela, o que resulta na quebra do relógio novamente.
   Devido essa exposição somos levados a acreditar que é necessário mudarmos nossa maneira de ver o mundo. Precisamos trabalhar a análise do fenômeno problemático como uma grande teia de ligações interdependentes de causa e efeito para assim resolvê-los e manter o relógio funcionando.


Paola Santos de Lima
Direito - Noturno
1°Período - UNESP

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