quinta-feira, 18 de abril de 2019

Como aplicar as normas de forma positiva em uma sociedade sedenta por direitos?


         O positivismo foi uma expressão da modernidade por representar, naquele contexto, uma filosofia apoiada nas profundas transformações do mundo, como a ausência de controle do próprio tempo e o anseio desenfreado pela produção. É durante este período que Comte interpreta a ciência como principal força motriz das relações sociais, buscando, através desta, a contenção das insatisfações populares por meio do concretismo, do positivo.
         O estado positivo deverá ser o último na construção do conhecimento e implicará em leis invariáveis do movimento da sociedade, o estático e o dinâmico. Este é o fundamento da famosa frase estampada na bandeira nacional: a ordem e o progresso; é também, a base do pensamento do filósofo contemporâneo Olavo de Carvalho.
         Em seu livro “O Imbecil Coletivo”, no capítulo “Mentiras Gays”, o referido autor desconstrói, através do pensamento positivista, algumas ideias como o preconceito e a luta por direitos das pessoas homossexuais. Por meio disso, ele afirma que a liberdade de expressão deve existir, tanto para os gays como para as pessoas que repudiam tal ato, por se tratar de uma mero desejo e não de uma necessidade (como é a heterossexualidade). Visto por um olhar positivo, é notório que a concretude deve abranger todas as relações sociais, sendo, então, legítimo que tal pensamento deva ser aplicado na prática.
         Além disso, a noção de que deveriam existir direitos e leis específicas para essa comunidade é, no mínimo, descabida, já que seus membros não possuem, como afirmam, nenhum tipo de deficiência. Sendo assim, sua aplicabilidade no mundo real seria injusta e inapropriada.
         Dessa maneira, para abranger o convívio da sociedade como um todo, seria necessário que as pessoas fossem tratadas com igualdade perante as leis, e não favorecidos por pertencer a um grupo particular como os homossexuais. Partindo também do princípio de que a maioria deve se sobrepor às minorias, o desacordo quanto as atuais legislações apenas abririam espaço para uma discussão dispensável, em que chegaríamos a conclusão de que uma opção ou preferência não pode ser geradora de direitos, caso contrário, o caos seria instaurado.

Laura Tamiê - Direito noturno

Causa gay contemporânea: abusos e contradições.

     O estudo positivo das relações sociais se mostrou de grande importância para análises sistemáticas, empíricas e racionais da sociedade como um todo, possibilitando descobertas e formulações de teses que levassem o homem ao progresso. Nesse sentido, sob o prisma da obra " O imbecil coletivo: Atualidades inculturais brasileiras" de Olavo de Carvalho, especialmente em seu texto " Mentiras gays" presente na obra, nota-se uma complexa revisão sobre as fundamentações e objetivos das lutas da comunidade homossexual no que tange a conquista de maiores direitos na contemporaneidade, em que são desvendadas pelo autor em questão grande parte das incoerências práticas relacionadas à tal conflito ideológico.
     Inicialmente, o texto citado aborda a falácia presente no argumento de que pessoas gays sofrem com a repressão, exclusão e violência por parte da sociedade em suas mais variadas áreas. Tal questão se mostra extremamente controvérsa pelo fato de que, como apresentado por Olavo, analisando-se históricamente diferentes sociedades e culturas, há inúmeros casos de governantes despóticos que eram homossexuais e, inclusive, utilizavam de seu poder político e militar para práticas sexuais com outras pessoas do mesmo sexo de forma forçosa, além de outros casos apresentados de tráfico infantil de meninos para realização de desejos gays de outros indivíduos poderosos. Com isso, percebe-se uma prática histórica e fatídica da usurpação de poder em prol de desejos homoafetivos, o que denota a falta de coerência argumentativa relativa à violência sofrida pela comunidade homossexual, tendo em vista que práticas repressivas e abusivas, sobretudo, em relação aos desejos pessoais de determinados indivíduos despóticos não possuem um caráter preconceituoso quanto à opção sexual de cada um, dependem sim, unicamente, ao viés egoísta e submissor da vontade dos humanos, percebendo também casos de opressão realizados por e contra heterossexuais.
     Ademais, a vontade de preponderância de direitos homoafetivos reivindicada pelos gays se apresenta em uma esfera amplamente irracional que contraria toda a formulação positivista e, logo, progressista da sociedade formulada por Augusto Comte. Assim, como mostrado no texto, o autor bem enfatiza a inviabilidade do homossexualismo para o desenvolvimento da sociedade, sendo que tal fator não passa de uma vontade individual facilmente suprimida pela necessidade de manutenção da sociedade por meio da heterossexualidade entre as pessoas, baseando-se , dessa forma, no princípio utilitarista de que os moldes de uma sociedade devem ser em prol do bem majoritário, ou seja, da maioria. Fato que também perpassa a esfera individual dos seres e começa a sobrepor a vontade de uns a cima da de outros, resultando na necessidade clara de não priorizar direitos de certo grupo, excepcionalmente, sobre o de outro grupo ainda maior.
     Por fim, pela análise conjuntural de algumas das mentiras gays que rondam toda a sociedade moderna, infere-se a irrazoabilidade na tentativa de sobreposição de um grupo social em relação a outros no quesito de quantidade de direitos, mostrando-se a falta de efetividade dessas medidas em relação ao real progresso da sociedade em sua maioria, e também relativo ao conceito de equidade entre as pessoas, não sendo admissível que um possua maiores direitos que outro somente graças à sua opção sexual. Todas as pessoa são iguais em seus direitos e vontades, tendo como base de suas conquistas seus únicos esforços baseados na tão importante meritocracia. 

O Positivista Olavo de Carvalho

  No livro "O imbecil coletivo" em "Mentiras gays" podemos observar toda uma estrutura argumentativa baseada nas ideias positivistas de Auguste Comte, de certo não utilizadas da maneira que o pensador provavelmente gostaria já que Olavo de Carvalho utilizou os conceitos da doutrina dentro de um mundo totalmente diferente do que era na época em que ela foi concebida.
  De certa forma alguns pontos do positivismo são mais abordados nas ideias da parte do livro, como a afirmação de que a natureza move a humanidade, argumento que é utilizado para estruturar sua argumentação de que a homossexualidade é um gosto, ou  no minimo é inferior a heterossexualidade, considerando que o primeiro é uma escolha ou deficiência, enquanto o segundo é o que a natureza escolheu como a salvação de toda a espécie, através dessa evolução "natural" que ele defende ele começa a dissertar sobre como a homossexualidade não deve ser considerada em um patamar equivalente a heterossexualidade.
  Outro ponto que o escritor do livro compartilha com o mais superficial do positivismo, é a tendencia a colocar os humanos em pró da sociedade como uma prioridade, assim dizendo que um dos únicos direitos dos "gays" deve ser a de conseguirem um trabalho sem preconceito, ou seja, não importa muito seus sentimentos desde que cumpram seu papel social como trabalhadores.
  No fim o livro possui diversos argumentos de cunho positivista com o proposito de desfavorecer a luta dos homossexuais por mais direitos, entretanto é inegável que sua argumentação em diversos pontos são falaciosas e sofistas, com mais o enfoque em parecer verdade do que realmente ser verdade, por trás da Ordem e Progresso que ele quer apresentar, eu particularmente vejo um individuo tentando convencer as pessoas através de dados manipulados ou fora de contexto.

Carlos Eduardo Trigo Nasser Felix- Matutino
 

A razão e a experiência no cotidiano

René Descartes e Francis Bacon, ao definirem métodos e interpretações acerca do conhecimento, criaram uma nova maneira e perspectiva de enxergar a ciência moderna. Tanto o uso da razão como o uso da experiência permitiu maior desvinculação do uso da religiosidade e mitos para explicar o mundo. Tal inédita maneira de pensar e criar gerou novos dinamismos na sociedade, que vai além do método cientifico, adentrando também no cotidiano e nas relações sociais.
O exemplo disso percebe-se, nas tirinhas dadas, a maneira como o uso da razão e da experiência providenciou as ações ponderadas da personagem Camilo.
Oriundo de uma carga histórica de escravidão e preconceito, a qual ainda não foi superada pela nossa hodierna sociedade, a personagem negra vivência os riscos e aflições de seu passado, o que reflete de maneira sistemática na sua forma de pensar nos dias atuais. Desse modo, suas ações, derivada de uma percepção racional e de experiências que já pode ter experimentado, pautam-se na segurança e cautela.
Assim, Camilo compreende que não pode correr na presença de uma força policial perto, ou mesmo ter a obrigação de levar consigo a nota fiscal de sua bicicleta, uma vez que já tem conhecimento dos ricos presentes na ausência de precaução em determinados atos. O contraste dessa realidade se constata com a outra personagem, intitulada de Dinho, a qual, por não conhecer e racionalizar tal cenário, indaga e questiona as atitudes de Camilo, uma vez que não as entende.
Portanto, o uso dos métodos de Descartes e Bacon, mostram-se presentes em todo nosso cotidiano e também nos salienta sobre as maneira que agimos, as quais podem revelar atitudes errôneas de nossa sociedade. Por fim, a personagem Camilo se revela como um símbolo de uma comunidade que não detém uma liberdade concreta, exigindo de cada um, dia a dia, atitudes diferentes para dar término a uma maléfica carga histórica.
Pedro José Bachur - Direito Matutino

Necessária visão de mundo

Ao compreender que estamos mergulhados em uma visão fragmentada do conhecimento e adentrados em uma noção individualizada de solucionar as atuais problemáticas sociais vivenciadas no mundo, desprende-se, mas não se justifica, o aumento do ideal fascista visto na contemporaneidade, o qual se embrenha na perspectiva mecanicista, como visto em seus discursos de caracteres violentos e nacionalistas.
O filme “Ponto de mutação” critica tal visão, a qual se mostra totalmente contraria a um olhar sistémico que seria ideal na sociedade. Há também uma critica a visão cartesiana de Descartes, uma vez que acompanha essa visão singular e analisa os fatores individuais a fim de enxergar o todo, e de Bacon, o qual contém uma adversa interpretação de mundo e natureza, transfigurando a compreensão em controle e, de fato, não atingindo os objetivos realmente necessários a conduta humana.
Percebe-se, dessa forma, que o discurso violento, difundido pelo crescente fascismo, é erroneamente eficaz no controle, uma vez que se revela longe de possuir o entendimento dos problemas sociais vistos na época atual. O efeito colateral é o ódio e a polarização social, uma vez que a paz e a união deveriam persuadir os indivíduos a um diferente entendimento e uma necessária visão da sociedade.
A resolução desse maléfico e hodierno ideal dar-se-ia pela mesma forma que o filme propõe a solução para as adversidades cientificas e políticas enfrentadas no século XX, data que se passa a obra. Os personagens do filme propõem uma nova percepção de mundo, desvinculada da realidade cartesiana e de Bacon, pautada em uma mutação (transformação). Tal transfiguração seria de uma passagem de uma velha maneira de pensar para uma nova, deixando a visão mecanicista para adentrar em uma sistémica, para que possamos compreender o mundo como um todo e assim agir com a intenção de solucionas verdadeiramente nossas crises e construir uma diferente forma de conhecimento da vista presentemente.
Pedro José Bachur - Direito Matutino

Equívocos dos dizeres positivistas

O positivismo, de Augusto Comte, buscou a criação de uma ciência e organização
social frente a ideologias teológicas e metafisicas, que – apesar de fazerem parte do
amadurecimento do entendimento humano – não visam o concreto. Dessa perspectiva nasce
um novo estágio do conhecimento, chamado de positivo, o qual se baseia no certo, real e útil
socialmente.

Conquanto, ao passo que se analisa a sociedade, uma vez que essa corresponde a
um organismo vivo e em constante transformação, faz-se necessário não criar uma visão única
e engessada que a defina e a estatiza sem cair em preceitos maléficos, os quais romperiam
com a grandeza e complexidade da estrutura social e tornaria frívolo o estudo sociológico.
Dessa realidade, nota-se, ao analisar o texto “Mentiras Gays”, de Olavo de
Carvalho, presente em sua obra “O imbecil coletivo: atualidades inculturais brasileiras”, o
equívoco de engendrar leis e paradigmas, a fim de definir a sociedade, sem causar danos e
justificar preconceitos já existentes. Logo, mostra-se essencial um aprofundamento social nas
questões polêmicas, tal como o tema dos homossexuais, e não um mecanismo determinante e
um modelo estigmatizado.

Portanto, apesar do positivismo criar uma maneira lógica e concreta de
conhecimento, seu uso deve possuir um caráter cauteloso, a fim de possuir suas benéficas
qualidades cientificas sem romper com a ética e, novamente, cair em preceitos que não
ajudam a explicar o mundo e a sociedade devidamente.

Pedro Jose Bachur - Direito Matutino

Ordem e Progresso: Uma Relação sempre intrínseca?

O Positivismo ao defender uma espécie de “Cientificismo Social” trouxe à  tona importantíssimas conclusões e avanços nos estudos das Ciências Sociais, porém determinadas interpretações - talvez errôneas, talvez não - das pautas e dos métodos positivistas podem levar-nos à conclusões precipitadas e preconceituosas. A tecnicidade que o Positivismo pregava foi e é muito útil nos estudos sociais, uma vez que após o Positivismo - e com a fundação da Sociologia - passou-se a enxergar esses estudos com a seriedade que demandam, a ver as ciências sociais efetivamente como ciência, e com a circunspecção que uma ciência demanda. Porém, a busca por uma “verdade exata” e a tecnicidade do Positivismo ao estudar a “física social” é também alvo de algumas críticas, de certo modo válidas, quando levadas ao extremo em determinados casos.
O estudo da sociedade de modo engendrado, rígido, não é compatível em alguns cenários com uma de suas principais características: a flexibilização e a volatilidade. A chamada “estática” positivista pode ser - como veremos adiante - problematizada analogamente nesse contexto: ora, como analisar com padrões e métodos tão rígidos, exatos e estáticos um objeto de estudo tão volátil como a sociedade? Apenas o simples fato de tomarmos radicalmente apenas uma sociedade específica - a nossa por exemplo - já nos leva ao erro de certa forma: a nossa sociedade é apenas mais uma das muitas que existem, existiram e existirão. Na nossa sociedade, por exemplo, antropofagia é um conceito que nos é totalmente imoral, porém era uma prática cultural importantíssima à algumas sociedades indígenas. O Positivismo abre um leque de possibilidades e avanços realmente úteis para o desenvolvimento da sociedade e da ciência social, porém que se levados ao extremo podem servir de instrumento de legitimação e perpetuação de práticas negativas em determinados casos.
Olavo de Carvalho em seu livro “O Imbecil Coletivo” é perfeito exemplo da conceituação acima exposta. Olavo argumenta - sob o ponto de vista do fator biológico no qual a heteronormatividade é a única opção sexual que permite a perpetuação da espécie - que a homossexualidade não deveria ser normatizada, haja vista não ser um padrão biologicamente “útil”. Olavo argumenta como que se o conceito de heteronormatividade estivesse ligado ao conceito positivista da “ordem” uma vez ser este o padrão biologicamente “útil” (lembrando da conceituação positivista “útil frente ao inútil”).

Os homossexuais protestam contra a hegemonia dos héteros, mas ela é justa: os héteros falam em nome da espécie humana (que inclui os homos), e os homossexuais falam em nome dos desejos de um grupo.
(CARVALHO, 1997. p.236)



A supressão total da homossexualidade produziria muita insatisfação em certas pessoas; a da heterossexualidade traria a extinção da espécie.
(CARVALHO, 1997. p.236)

O raciocínio de Olavo - do ponto de vista biológico e positivo - realmente é passível de certo sentido. Mas será que deveríamos analisar essa temática do ponto de vista estritamente biológico? Para o Positivismo, talvez sim, pois desse modo manteríamos a tão visada ordem. Olavo argumenta em vários momentos de um modo que se faz entender como a homossexualidade sendo uma opção em detrimento à heterossexualidade, quando na verdade o respeito e a simples existência de uma não diz respeito à absolutamente nada da outra! Essas justificativas assim lastreadas, portanto, são inválidas. A coexistência destas - e de quaisquer sexualidades que por ventura existam - é totalmente possível de ser efetivada na realidade: o que no fato de outrem possuir sexualidade x impede-me de possuir sexualidade y? Nada.

[...] ou todos os homossexuais teriam de declarar-se bissexuais que optaram livremente por uma das suas duas orientações possíveis, ou teriam de reconhecer que são portadores de uma deficiência.
(CARVALHO, 1997. p.240)

Matematicamente, o uso do termo “ou” expressa a ideia de que não pode haver coexistência entre as opções: ou uma, ou outra. Como notamos no excerto acima, Olavo novamente incorre no que dissertamos: por que usar “ou” para as sexualidades e não “e”? Diferentemente de vários conceitos, uma não implica a inexistência da outra. Ainda no excerto acima, ao argumentar que caso algum homossexual não se definisse bissexual, seria um portador de deficiência, tal afirmação chega a ser extremamente ofensiva, e não tem lógica científica: analisar as sexualidades de um ponto de vista estritamente biológico e rígido é como analisar um texto narrativo através de fórmulas matemáticas. O Positivismo prevê que apenas em uma sociedade organizada e coesa (possuidora de Ordem) haverá o Progresso. Sendo assim, em uma visão positivista e análoga ao raciocínio de Olavo, tudo que fugiria da ordem - nesse caso ordem biológica - seria um motivo de desordem e comprometeria o progresso. Nessa visão e neste caso específico, o Positivismo e seus conceitos levam à conclusões que perpetuam a exclusão social e o preconceito na nossa sociedade.  
Quanto à esta ordem biológica, cabe citar o raciocínio do Yuval Noah Harari, Doutor em História pela Universidade de Oxford, que em seu livro “Sapiens” nos apresenta algumas considerações contrárias - e bem fundamentadas - ao raciocínio de Olavo. Para Harari, todo este tabu e este preconceito em torno da temática da homossexualidade - e outros preconceitos enrustidos socialmente - é advindo de um “mito cultural” por si só preconceituoso, ou seja, é um fator que independe de concepções e fatos biológicos, mas que os usa como método de legitimar e justificar o preconceito. Harari questiona:

Como podemos diferenciar aquilo que é biologicamente determinado daquilo que as pessoas apenas tentam justificar por meio de mitos biológicos? Um bom princípio básico é “a biologia permite, a cultura proíbe”
A biologia está disposta a tolerar um leque muito amplo de possibilidades. É a cultura que obriga as pessoas a concretizar algumas possibilidades e proíbe outros. [...]
A cultura tende a argumentar que proíbe apenas o que não é natural. Mas, de uma perspectiva biológica, não existe nada que não seja natural.
(HARARI, 2018. p. 202)

Conforme observamos, Harari - a fim de combater o uso da biologia como método de perpetuação de preconceitos - argumenta que na verdade a utilização da biologia como argumento é inválida, haja vista que sendo o ser humano parte da natureza, comportamentos como a homossexualidade não teriam como não serem naturais, restando apenas o preconceito como razão de ser da lógica homofóbica. Para além no raciocínio, Harari utiliza-se de uma interessante analogia. Argumentam alguns - inclusive Olavo - que a homossexualidade, por não representar os interesses biológicos da perpetuação da espécie, não seriam “naturais” e portanto questionáveis. Para estes, Harari questiona:

O sexo evoluiu, a princípio  para procriação e rituais de galanteio, como uma forma de avaliar a adequação de um possível parceiro. Mas muitos animais atualmente fazem uso delas para uma série de propósitos sociais que pouco tem a ver com a criação de pequenas cópias de si mesmos. Os chimpanzés, por exemplo, utilizam o sexo para firmar alianças políticas, criar intimidades e neutralizar tensões. Isso é antinatural?
(HARARI, 2018. p.204)

Conforme observamos, a linha de pensamento que justifica o preconceito e a aversão à homossexualidade é facilmente desconstruída se analisada mais profundamente. Com o exemplo dos Chimpanzés, é nítido percebermos que na própria natureza a sexualidade pode sim atender à outros fins que não a reprodução.
O raciocínio de Olavo é contestável também em diversos trechos, alguns usando de justificativas certas perguntas de fácil resposta.

Por que os homossexuais deveriam ter o direito de expressar livremente seus desejos, por mais arbitrários e irracionais que sejam, quando negam esse direito aos que sentem da maneira contrária?
(CARVALHO, 1997. p.239 )

A pergunta de Olavo, à priori, não me faz sentido. Igualar a expressão de uma sexualidade à expressão dos que são contrariados parece-me mais outra tentativa de legitimar atos de ofensa à sexualidade alheia do que pura e simplesmente “liberdade de expressão”. Uma possível resposta para essa pergunta seria: porque a sexualidade de alguém por si só não ofende ninguém, e nem diz respeito à ninguém senão aquele que a possuí, já esse “direito de expressão” dos que se sentem “de maneira contrária” é em muitos casos constituído pelas práticas ofensivas e violentas aos homossexuais. A homossexualidade não ofende à ninguém, já aquele “sentimento contrário’’ - que nem razão de ser possui - é de certo ofensivo. Ademais, ao negar o direito de livre expressão de seus desejos “por mais arbitrários e irracionais que sejam”, vale lembrar  Olavo que a ideia da existência de um Estado e de toda uma Legislação é justamente inibir a expressão de desejos arbitrários e irracionais por parte dos indivíduos - inclusive dos homossexuais -, que não estão acima da lei. Ninguém pode expressar seus desejos de forma arbitrária e irracional, a proibição desta expressão já existe em Lei, e independe de sexualidade, invalidando novamente este argumento.

Caso argumentem que a superpopulação torna desnecessárias em última instância as relações heterossexuais, a resposta é: 1º nem por isto tornam necessária a homossexualidade.
(CARVALHO, 1997. p.239 )

Novamente, no trecho acima, temos Olavo recorrendo à fatores dispersos como a superpopulação para tentar dizer que nem neste cenário seria necessária a homossexualidade. Novamente Olavo analisando a questão por um ponto de vista à qual a questão não pertence: não se trata de necessidade. Opções sexuais não devem ser postas à prova, justificadas, inquiridas sobre a existência ou inexistência de sua necessidade.
Agora falando na esfera jurídica, Olavo argumenta que a  “Uma opção ou preferência não pode, por si, ser geradora de direitos” (CARVALHO, 1997. p.238). Não entrando no debate se uma opção pode ou não gerar direitos, levo a discussão à outro campo: Pode uma opção ser, por si, exclusora de direitos? Por exemplo, a opção sexual da homossexualidade, à luz do disposto em diversos artigos do Código Civil que definem o casamento como a “união entre homem e mulher”, excluiria aquele casal homossexual do direito de legalmente se casar. Tal exclusão inclusive pode ser interpretada como contrária à Norma Constitucional que dispõe a igualdade entre os indivíduos sem distinção de qualquer natureza (CF Art.5º caput). Constatado esse conflito, o Orgão competente no nosso Estado Democrático de Direito decidiu por interpretar como legal o casamento de casais homossexuais. O debate não deve ser tido como  “dar direitos direitos complementares” como diz Olavo - que inclusive pelo princípio da Equidade não seria uma opção inviável ou errada -, mas sim de principalmente estender direitos que não abrangem todos, de acordo com o caso concreto.
Curiosamente, como demonstramos no decorrer do texto, o raciocínio de Olavo é facilmente questionável em diversos pontos, nos mostrando que, embora a contribuição do Positivismo seja sim digna de mérito - e muito - às conquistas sociais, tentar aplicar alguns de seus conceitos ao caso concreto - como por exemplo a manutenção estrita de uma ordem biológica e até social - nem sempre significa efetivamente avançar e progredir: a relação entre Ordem e Progresso não é de todo intrínseca. Nesse caso específico, manter a "Ordem" não levaria à nenhum "Progresso".

REFERÊNCIAS:

CARVALHO, Olavo. “Mentiras gays”. In: O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras. Rio de Janeiro: Faculdade de Cidade Editora, 1999. [p. 234-241]
HARARI, Yuval Noah. Sapiens - Uma Breve História da Humanidade. Porto Alegre, RS: L&PM, 2018. 592 p.



Adelino Mattos Marshal Neto - 1º Direito Matutino. 

L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but.

  Segundo o renomado filósofo contemporâneo William Lane Craig: “Tolerar não significa concordar, significa admitir aquilo que não esteja em concordância”, afinal qualquer um que tenha o mínimo de razão, tem intrínseco que é um dever moral sempre denunciar e corrigir o errado, nesse caso o comportamento homossexual, pois em sua própria concepção, o homossexualismo é a morte do nascimento do indivíduo, assim a união homoafetiva é uma ideologia  totalmente perversa para a sociedade, perversa pois toda sociedade é composta por indivíduos e esses indivíduos formam famílias, logo sem indivíduo não há família e sem família não há sociedade e justamente por isso é preciso que o indivíduo nasça para que o indivíduo construa uma família, pois a família é a célula fundamental da sociedade humana que faz a sociedade prosperar, assim o fato da união homoafetiva impedir o nascimento do indivíduo faz que essa união destrua as famílias e por isso é uma união totalmente perversa, pois a união homoafetiva causa a morte do nascimento do indivíduo, logo é um assassinato a família e do direito à vida, este que é o direito mais sagrado da humanidade e justamente por tal comportamento abscindir o sagrado, esse comportamento se torna profano. Sendo assim, minha opinião não se trata de forma alguma de impedir os homossexuais de acasalarem, mas sim de alertar a todos sobre o quão periculosa é essa ideologia e principalmente de salvar a humanidade tanto no campo moral como no social.                                                                                 O grande renomado e filósofo brasileiro autodidata Olavo Luiz Pimentel de Carvalho, popularmente mais conhecido como Olavo de Carvalho, mostrou sua coragem, bravura e sabedoria ao enfrentar e desmascarar toda a esquerda brasileira e denunciar todas as mentiras e falácias que a esquerda promulga aos homens de bem. O texto Mentiras gays é um grande exemplo disso, pois nesse texto, Olavo mostra toda hipocrisia, incongruência, malefícios e estupidez, pois o homossexualismo não é uma necessidade, mas apenas um desejo, diferente da heterossexualidade que é uma necessidade, assim enquanto não satisfazer o desejo gera incomodo, não satisfazer as necessidades traria a extinção da espécie humana, por isso os héteros são mais hegemônicos que os homossexuais na sociedade, pois os héteros são os responsáveis pelo nascimento que mantém a raça humana existindo, ou seja, os héteros sabem que o correto é o coletivo, diferente dos homossexuais que erroneamente acham que o correto é o particular, desse modo vemos como os héteros contribuem para a solidariedade enquanto os gays se preocupam apenas com seus desejos egoístas e como Olavo diz em seu texto: “prioridade determina a hierarquia”, logo é da natureza de uma sociedade racional priorizar os héteros, assim mostrando que uma sociedade que prioriza mais homossexuais do que os héteros é uma sociedade antinatural, irracional, ou seja, uma sociedade que está indo contra as normas, está indo contra a ordem e o progresso, estes que são os lemas de nossa amada bandeira brasileira, assim ideias que defendem a primazia dos gays, são ideias que são contrárias a nossa identidade nacional, contra a nossa cultura, contra a nossa grande tradição positivista, são ideias que são contra o nosso direito de ser o que somos, direitos estes que os gays tanto dizem defender, porém na prática, eles só defendem aqueles que concordam com suas ideias, pois basta você apresentar uma ideia contrária as ideologias dele, por exemplo: “o casamento é entre um homem e uma mulher” que esses pseudos moralistas, vão ofender os homens de bem de fascistas e fazer comparações com os maiores genocidas da história como Adolf Hitler e suas ideias nazistas que são de esquerda. Desse modo, percebemos como Olavo de Carvalho conseguiu com sapiência desmascarar a hipocrisia da esquerda e mostrou que esses ativistas querem direito à liberdade para tirar liberdades. Além disso, não é só a população brasileira que concorda com as ideias olavistas, mas também grandes homens renomados como Graciliano Ramos autor do célebre livro vidas secas, uns dos mais importantes filósofos da humanidade que é Auguste Comte que é fundador do positivismo, positivismo este que entra em concordância com as grandes ideias do Olavo de Carvalho.                                                                  O filósofo francês Auguste Comte, mostra com suas ideias positivistas de como o mundo é regido através de normas e leis e só seguindo essa normalidade que a civilização tende a prosperar, assim a sociedade que é devota a ciência tende a engrandecer e nunca regredir. Sendo assim, a própria ciência revela que não há espaço para os gays em uma sociedade racional, pois os cromossomos que determinam o sexo da pessoa é o X que é feminino e o Y que é masculino, assim a própria realidade, mostra que não há espaço para os homossexuais, já que não existe o cromossomo homossexual e nunca existirá, pois tal cromossomo é contrário a normalidade, contrário a racionalidade, pois os homens racionais buscam  a relação sexual para conceber o nascimento, aqueles que buscam a relação sexual apenas por desejos mostram que não possuem controle sobre seus próprios desejos e assim agem como animais selvagens que vivem apenas para satisfazer seus desejos e não um propósito em vida, assim priorizando o emocional do que a razão. O ramo da ciência que estuda a vida que é a biologia, deixa bem explícito que uma das características principais dos seres vivos é a reprodução, logo a ciência revela que é ser vivo aquele que reproduz, assim poderíamos considerar os homossexuais como seres não vivos ou seres vivos defeituosos que possuem uma anormalidade congênita em seu desenvolvimento, ou seja, seres anômalos que vão contra o curso da natureza, uma verdadeira aberração natural, anormalidade no qual Auguste Comte reprova e considera tal comportamento como típico do segundo Estado, o Estado metafísico, pois nesse Estado o homem apesar dos questionamentos sobre a realidade, o homem ainda faz questionamentos e afirmações abstratas, ou seja, afirmações que não estão de acordo com a realidade, por isso hoje em dia se discute direitos dos homossexuais, pois mostra que nossa sociedade ainda está no segundo estágio metafísico, no qual os questionamentos são tão abstratos que não nos leva a nenhum resultado prático, afinal não há sentido dá direitos a indivíduos que não trazem nenhum resultado progressivo, pois não existe almoço grátis da mesma forma que não existe sociedade positivista que dá direitos para aqueles que não trazem progresso, afinal todos nós concordamos que devemos dar recompensa para aqueles que ajudam e não para os que atrapalham, pois os Direitos são recompensas que pertence apenas para os indivíduos que fazem a sociedade progredir e prosperar, ou seja Direitos apenas para os meritocráticos para os que contribuem para a ordem e o progresso.                       Destarte, devemos seguir as ideias que são compatíveis com a ciência, pois são ideias que só visam o progresso, assim August Comte nos mostrou as leis e normas de uma sociedade civilizada e o Olavo de Carvalho ampliou e abrangeu essas ideias para os homens de bem que buscam o progresso e não o regresso. Afinal, Da mesma forma que as luzes acendem, os aviões voam e a internet funciona, graças ao homem obedecer as leis da ciência, nossas condições de vida só melhoraram por isso uma sociedade também só irá progredir e prosperar se seguir criteriosamente a normalidade, o método cientifico, a natureza, do contrário cairá na idade das trevas típica da idade média onde os homens preferiam as fantasias e mentiras do que a realidade e a verdade, por isso as ideias de Olavo é a esperança e a luz que ilumina e afasta as trevas que assolam o século XXI, pois é através de suas ideias que iremos atingir o ápice da civilização humana, pois sempre será o positivismo a ideia que engrandecerá a humanidade, já que L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but.

Caro leitor, caso as minhas palavras não te convenceram então deixarei de escrever e vou lhe apresentar esse vídeo, pois se uma imagem vale mais do que mil palavras então um vídeo é o suficiente para destruir uma ideologia inteira.

https://www.youtube.com/watch?v=pL4TbQg5eLQ - 12 - Enfrentando a fúria do adversário Parte II - A Marcha da Contra-Revolução em 7 anos

Essa é a liberdade que eles querem, liberdade que tira liberdade, contudo com a fé em cristo, não deixaremos os intolerantes passarem, intolerantes, intolerantes não passarão! Somos contra a revolução, somos conservadores, somos contra tudo aquilo que não presta.

PS: Declaro que essa não é a minha opinião, na verdade essa opinião está tão distante da minha filosofia de vida que a distância do planeta Terra até a galáxia M87 comparado a distância dessa opinião com a minha filosofia de vida, dá impressão que a galáxia M87 está localizado logo ali na lua. Afinal para mim, todo indivíduo tem o Direito de fazer o que bem entender, desde que respeitando os Direitos humanos. Declaro novamente que esse texto não tem nenhuma compatibilidade com o que eu penso e sigo, pois é um texto apenas para responder uma atividade provocativa proposta pelo professor de sociologia que é defender o texto do Olavo de Carvalho através de um viés positivista, ou seja, se passar por um conservador radical usando argumentos de Auguste Comte, o que eu admito que foi uma tarefa muito difícil, extremamente difícil, pois defender Olavo de Carvalho é defender telhado de vidro em plena chuva de granizo, se fosse pelo menos defender um Immanuel Kant... Afinal defender absurdos é só para indivíduos que renunciaram a razão. Desse modo, serei categórico para aqueles que acham que eu tenho preconceito: Jamais o leitor deve cometer o erro crasso de confundir o Eu lírico com o autor (Vladimir Nabokov que eu diga). Bom, agora que eu terminei de escrever e ler esse texto, deixa eu ali no banheiro vomitar. Bom, até a próxima! E Lembre-se sempre: Olavo tem Ração! ^^

Moral da história: Com boa retórica é sempre possível defender o indefensável. ^^

Aluno: Wilson do Monte Cerqueira Júnior – 1º Ano de Direito Noturno UNESP de Franca – Disciplina: Introdução a Sociologia – Professor: Agnaldo Barbosa.