domingo, 26 de maio de 2019

Eros e Thanatos, a Dialética Hegeliana no Instinto Humano

     A sociedade grega, na antiguidade, elaborou a construção de uma complexa expressão mitológica. Sob essa vertente cultural, foram personificados dois princípios vitais humanos, a partir das figuras de Eros e Thanatos, o Amor e a Morte – também compreendidos como Vida e Morte, respectivamente. Freud, por sua vez, apropria-se dessas manifestações mitólogicas para identificar propriedades da psique humana.
    Nesse ínterim, o psicanalista desenvolve estudos acerca da natureza conflituosa presente entre esses dois princípios, conjuntamente com suas interações nas 3 instâncias psicológicas do indivíduo ( id; ego; superego), em que: o id é uma subdivisão imbuída de carga puramente instintiva, regida pelo prazer e pela vontade de saciação dos desejos. O superego, situado sob princípios diamentralmente opostos do id, é resultado do processo agregação de normas morais e sociais. O ego, por fim, é considerada a instância da consciência, a síntese do sopesamento entre os princípios das demais camadas do psiquismo humano.
      Isto posto, esse confronto, constante e inerente à vida individual, assemelha-se ao fenômeno dialético hegeliano, em virtude de sua metafísica. Eros e Thanatos são pulsões (vulgarmente, instintos) próprias da condição humana e, portanto, não dependem de um fator externo que incite a manifestação de um elemento latente no psicológico. Assim, considerando a contraposição perpétua dessas forças, a formulação de uma síntese é inevitável. A parte resultante se manifesta por meio do id, dando início a um novo conflito, agora entre as instâncias psíquicas e, o ego, com o encargo de remediar e colher o produto desse evento, o traduz em ações que intervêm no mundo material.
Caio Laprano ( Primeiro Ano - Noturno )

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