segunda-feira, 22 de abril de 2019

Palavras claras, pensamentos obscuros


Analisando a obra de Olavo de Carvalho o Imbecil coletivo, podemos constatar uma postura tendenciosa ao conservadorismo, na tentativa de desmoralizar as mudanças sociais ocorridas nas últimas décadas, e até nos últimos séculos, quanto cita a escravidão. Diz como se tudo que evoluiu, se modificou na sociedade atual não deve ser vista com “bons olhos”.
No conceito da ciência moderna baseada no positivismo busca taxar nossa sociedade em um “imbecil coletivo” (nome da obra em analise), buscando fortalecer sua ideologia muita clara ao conservadorismo, descartando muitas conquistas sociais positivas por classes menos favorecidas, ou nunca favorecidas. Tendo em sua visão, relatada na obra, que nada possamos argumentar em pontos benéficos nessas conquistas que trouxeram no sentido evolutivo a sociedade, nos preocupando mais com o coletivo do que com o interesse individual, quase nunca citados pelo filosofo. Muitas de suas frases vão contra o que a própria sociedade demostra; que podemos sim ter diferentes opções, tanto no âmbito político, afetivo, ideológico, profissional. Não pelo fato de não termos opções conservadoras de sermos “deficientes”.
Nosso momento como sociedade, principalmente na visão política, nos traz uma perspectiva de um futuro obscuro pelas ideologias das quais somos governados hoje, pois aqueles que pregam o progresso e até mesmo a tão famigerada ordem, buscam em um passado falho e sombrio, atitudes que mancharam nossa história de liberdade e democracia. Disfarçando uma tentativa de opressão ideológica, que podemos dizer que já ocorre em nosso governo, como compactuar com pensadores como este, que pregam o conservadorismo, mais na verdade buscam defender seus desejos individuais, em detrimento dos direitos coletivos, excluindo dos debates e reflexões o clamor de uma sociedade que luta pela sua liberdade. Com o discurso de nos “libertar”, nos prendem em suas convicções ideológicas, e massacram as nossa conquistas e direitos, com discursos e condutas ditatoriais, as mascarando no conservadorismo, nos induzindo há servidão eterna.

André Gomes Quintino – Direito Noturno

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