quinta-feira, 28 de março de 2019

A SEGREGAÇÃO RACIAL EM PERSPECTIVA DAS BASES EPISTEMOLÓGICAS DA CIÊNCIA MODERNA



O cartunista em questão, faz uma forte crítica ao racismo institucional presente no Brasil, aquele, que não ocorre explicitamente por meios institucionais, como, por exemplo a corporação policial. A segregação racial sempre esteve manifestada no ocidente, como uma temática histórica e estrutural, diante desse fato, aproximar as realidades do negro e do branco se torna uma preocupante adversidade, e somente através da real efetivação da lei e o respeito e reconhecimento da cultura afro-brasileira pode ser suprimido. Nesse sentido é valido mencionar dois grandes filósofos da modernidade: Descartes e Bacon.
Francis Bacon, pai da filosofia experimental, acentuou em suas obras a base empírica. Para ele, a obtenção do conhecimento, não deve se atrelar a razão, mas sim a experiência, caso contrário este não apresentará propriedade. Ainda, bacon relata a existência de ídolos em nossa mente, que nada mais são que as falsas opiniões a respeito de um assunto referente ao senso comum, são eles ídolos da tribo, ídolos da caverna, ídolos do mercado e ídolos do teatro. Já René Descartes, para responder os questionamentos epistemológicos, utilizava de meios racionais, e somente através dessa seria possível chegar a uma verdade primordial: “penso logo existo”.
Com base nos pensamentos filosóficos presentes, podemos observar que na primeira tirinha Camilo e Armandinho são abordados por um policial, este pede a nota fiscal comprovando a posse das bicicletas que os meninos carregam. Enquanto Armandinho que é branco não entende a necessidade da constatação, Camilo, um menino negro sem questionamentos a entrega para o policial.
Numa perspectiva baconiana é valido ressaltar a questão do experimentalismo, Armandinho nunca vivenciou esse tipo de situação, logo, não detinha do conhecimento necessário para se comportar a tal. Já Camilo, por ser negro sabia exatamente como proceder. Ademais é axiomático a questão dos ídolos, a sociedade no geral tem enraizada o racismo por ser estrutural, que claramente se torna senso comum. O policial, por abordar o negro de forma enfática em relação ao branco valida o argumento apresentado por bacon, uma vez que numa sociedade sem ídolos, não haveria motivo algum para isso ocorrer.

Já na segunda tirinha retornamos as questões experimentais. Armandinho, propõe a Camilo apostar uma corrida, porém por ter um policial por perto Camilo subentende que é perigoso, logo presume-se que ele já havia vivenciado ocorridos semelhantes, ou visto em uma perspectiva de terceiros.

Diante dos fatos supracitados pode-se concluir que a sociedade ainda que tecnológica, carrega inúmeros preceitos arcaicos e retrógrados, geralmente embasados em alienações advindas de um senso comum. A questão racial é uma pauta frequentemente abordada e de extrema relevância. Assim na tentativa de alcançar a causa para a problemática o texto a relaciona aos grandes filósofos que buscam métodos para compreensão do ‘eu’ no meio social, e as diferentes formas para se alcançar verdade fundamental.



Lorena Fernanda Galavotti
Direito- Matutino

Nenhum comentário:

Postar um comentário