Repressão e Humanização

A repressão tem feito parte do dia a dia dos brasileiros, principalmente diante da instabilidade jurídica, política e econômica com a qual a população se depara. Èmile Durkheim, em seus estudos sobre os fatos sociais, apresenta o Estado coercitivo como parte fundamental para o funcionamento orgânico da sociedade. Nesse sentido, o Direito se torna repressivo e criminalizado, regredindo à barbárie.
O filósofo, embasado por Comte e seu Positivismo, faz prevalecer a harmonia coletiva, na qual cada indivíduo busca encontrar seu objetivo para manter o equilíbrio. Novamente, há a ideia do "negar a si pelo todo". Entretanto, as anomias, ou seja, aqueles que rompem o equilíbrio do todo, devem ser segregados, e, então, exterminados. A ideologia de restituição é forte e muito utilizada.
O diálogo para com a atualidade é gritante. Mesmo com a consolidação dos Direitos Humanos, a liberdade ainda é limitada, em especial ao colidir com a moral tradicional. Homossexuais, negros, miseráveis e mulheres são vítimas desse funcionalismo pregado e enraizado no âmbito jurídico, o que estabelece insegurança e descrença na comunidade.
Desse modo, é necessária a maior humanização do Direito, que ao invés disso se torna cada vez mais criminalizado e acaba sendo afetado pela parcialidade moralista dos defensores desse olhar imediatista e totalitário. A procura por soluções que modifiquem o sistema, com base na observação da realidade e também na tentativa da existência da neutralidade, é urgente, já que o cenário se torna, gradativamente, escandaloso.