sexta-feira, 23 de março de 2018

O Imediatismo Social


    O positivismo, ainda que tenha surgido no século XIX, traz consigo questões muito atuais, principalmente quanto às soluções imediatas pregadas por Comte. A exemplo disso notam-se ocorrências de frases como: “bandido bom é bandido morto”.
    Dessa forma, as problemáticas são observadas de modo superficial e, logo, geram resoluções também superficiais, sem adentrar na complexidade do assunto. Nessa perspectiva, para acabar com a pobreza bastaria dar um emprego as pessoas que resolveria, independendo de uma ação efetiva do governo como, por exemplo, promover uma educação inclusiva e de melhor qualidade.
    Entretanto, esse imediatismo se encontra enraizado em nosso país, pois é usado até mesmo em processos jurídicos. A operação lava-jato é um grande exemplo desse fato, porque se acredita que, apenas a partir dela, erradicar-se-á a corrupção da nação e que com a prisão de alguns esse problema não voltará mais a ocorrer. Não se apura o problema estrutural do qual essa questão integra-se e que enquanto essa – a estrutura – não for modificada, a corrupção e os demais obstáculos da sociedade brasileira continuarão em seus modus operandi.
    Sendo assim, o imediatismo do positivismo deve estar em consonância com outras atitudes, para que esse seja apenas o primeiro passo para a resolução de um contratempo e não a solução total. Logo, Comte, alvo de muitas críticas por esse conceito – o imediato – nos dá unicamente o prelúdio para que, então, continuemos a sanar as distorções presentes no tecido social.

Kenia Saraiva Ribeiro - Direito (Noturno)

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