quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Viver ≠ Existir

E alguns, dirão que nascer, se dá pelo simples fato de vir ao mundo.
Com muito respeito, direi que discordo.
Nascer pressupõe viver,
E viver, pressupõe campo para a sobrevivência,
Qual campo seria o da criança com anencefalia?
Como permanecer sem pensar em um mundo doente?
Talvez viver curtamente, mas não existir.
O formalismo aprisiona na forma,
O ideal de liberdade é prova disso.
Todavia, o espaço dos possíveis permitiu a hermenêutica avançar,
Graças a autonomia do Direito, mesmo que relativa,
O aborto para anencéfalos é garantido.
Tem-se uma fusão entre moral e ciência que o torna possível.
Direi que sim, ocorre contradições;
Todavia, o Direito traz universalização,
E, finalmente, o aborto para anencéfalos passa a ser uma opção;
A mulher, ineditamente, pode decidir:
Gerar ou interromper?
Fica a questão.
Pela primeira vez, seu útero não estará à disposição.
Meu desejo é que os avanços prossigam,
Fazendo do aborto, em todos os casos, uma alternativa possível.

Avante Direito, emancipe-nos. 

Bruna Maria Modesto Ribeiro, diurno

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