segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O capitalista frugal e despojado

          O ocidente, a seu próprio modo, foi objeto de estudo de Weber pela sua capacidade cultural que existe apenas nela: suas ações e linhas de pensamento tem características e valor singulares mas que ao mesmo tempo conseguem se espalhar pelo globo e serem universais. Assim, nesse mundo acaba surgindo o capitalismo de um jeito diferente, um capitalismo organizado de forma racional e baseada no trabalho livre. Homens e mulheres, na era moderna, trabalhando trabalhando e trabalhando, com jornadas duplas, triplas, filhos para cuidar, uma casa que não pode ser chamada de lar, saúde sempre a risco por depender de sistemas do governo congestionados. No entanto, eles não se sujeitavam a vida assim por pura ganância, mas sim, para ganhar o suficiente e viver como já está acostumado.
         Nesse tipo de capitalismo, a racionalização é um dos fatores mais influentes e auto explicativos, elas tratam sobre diversas áreas de atuação mas tudo se baseia em um método de conduta para ser se adequar de forma a proporcionar o crescimento desse sistema. Na verdade, quando pensamos nesse método de conduta, também associamos a reforma protestante a essa realidade: além de mais uma forma de racionalismo, a ética protestante sugere o fim da ideia da religião como fuga da realidade e do mundo e propõe regulamentar a conduta em todos os âmbitos da vida pública e privada. 
            Essa ideia sobre a conduta perpetua de formas variadas no capitalismo ocidental, exemplos disso são a ética do trabalho e o acumulo de capital. Essa acumulação de capital que muitos veem como fruto da ganância, não passa da consequência direta de quem vive numa ordem econômica; o problema se apresenta quando o espírito do capitalismo se engendra e passa a ditar as regras de um sistema onde apenas se pensa em ganhar, reinvestir, racionalizar, acumular e não tem espaço para "aproveitar o ganho".
              Para Weber, esse espírito da acumulação é o que move o capitalismo, é seu precedente e o motivo para sua existência. É seu pilar de sustentação e o motivo para que ele tenha tantas formas e especificidades. A medida que a sociedade evolui, as maneiras de acumulação a acompanham, fazendo com que o espírito do capitalismo sempre acompanhe os indivíduos e se renove a cada nova era da modernidade, fazendo com que esse sistema econômico seja volúvel e não caia em decadência.

Ananda Gomes Sanchez - 1º ano - Direito Noturno

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