domingo, 10 de setembro de 2017

Considerando a dinamicidade social, o mundo sofre constantemente transformações que são decorrentes das ações do povo e das atividades político-econômicas. Como exemplo de mudança pode-se usar a sociedade feudal, onde o modelo de divisão estamental não conseguiu sustentar as mudanças econômicas que ocorriam e, portanto, acabou sendo transformado pela classe que detinha o poder econômico: a burguesia. Desde então, a partir da revolução ocorrida há séculos, a sociedade inseriu-se e subordinou-se a produtividade que é, hoje, a base da ordem social. 
            Marx e Engels analisaram a sociedade mantendo o foco no modelo capitalista e no seu impacto na sociedade. A questão, como Marx elucidava, é puramente fatual e histórica, tanto que ele admitia que os interesses burgueses, vindos desde a revolução, passariam a conduzir a sociedade. Visto isso, é perceptível que a produção passou a ser responsável por determinar as relações sociais de forma geral, sejam elas políticas, econômicas ou religiosas.
            A música “A galinha” dos saltimbancos, escrita por Chico Buarque/Bardotti/Enriquez que diz:
{...} A escassa produção
Alarma o patrão
As galinhas sérias
Jamais tiram férias
"Estás velha, te perdoo
Tu ficas na granja
Em forma de canja"
Ah!! É esse o meu troco
Por anos de choco???
Dei-lhe uma bicada
E fugi, chocada {...}
Ela pode ser vista como uma crítica dos autores a classe dominante e ao modelo produtivo, pois a galinha que produziu a vida toda para o senhor e que hoje está velha, não alcança a produção que antes tinha e por isso seria descartada pelo senhor sem que ele considerasse todo esforço e produção que um dia ela ofereceu a ele, e é dessa forma que o sistema de trabalho é gerido nos dias atuais; Os trabalhadores produzem em troca de um salário para que os detentores da estrutura produtiva lucrem e, esses, em algum momento, acabam substituindo o trabalhador por outro mais novo cuja mão de obra seria mais barata ou simplesmente os demitem substituindo o trabalho manual pela maquinaria. O poder dessa classe produtiva na sociedade, além de desconsiderar o trabalho do proletariado, ainda tem certo domínio político, visto que o mercado interfere no funcionamento do Estado. Um exemplo disso é a reforma trabalhista que muito foi discutida e aprovada no país, a qual beneficia mais a classe dominadora do que a trabalhadora, na medida em que propunha mudanças como a possibilidade do aumento da jornada diário de trabalho e uma maior autonomia para o empregador discutir quesitos como férias, salário e tempo de descanso com o funcionário.
O mercado é o quesito dominante que interfere, portanto, nas ações políticas e no direito, que acabam sendo instrumentos legitimadores desse. Hoje, o fenômeno da globalização homogeneizou a ideologia capitalista em âmbito estatal, reconhecendo, de forma majoritária, o mundo como capitalista, sendo assim, a dinâmica da sociedade acaba sendo moldada para suprir as necessidades do sistema.

  
1º ano noturno

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