domingo, 20 de agosto de 2017

Resta liberdade?

Quando fui introduzida ao pensamento de Durkheim, ainda no ensino médio, senti um certo desconforto com sua concepção de sociedade e de fato social. Me indagava como alguém podia dizer que sou moldada por fatores sobre os quais eu não tenho escolha. Julguei a visão dele um tanto quanto determinista e preferia ler obras como as de Sartre, afinal de contas, quem não gostaria de sonhar que tem liberdade?
A questão é que apesar de simpatizar com a ideia de liberdade e individualidade, a beleza de um ideal não faz com que ele seja absoluto, nem verdadeiro. Por outro lado, mesmo com grande esforço, não conseguiria negar o fato social, poi ele se faz presente em inúmeras de minhas ações e experiências cotidianas. Mentiria em afirmar que atualmente me sinto confortável com a concepção de fato social, ou que não penso mais em Durkheim como determinista, mas posso dizer que me conformei, até certo ponto, com sua teoria, talvez por perceber não ser nada mais que “another brick in the wall”.

Acredito que a consciência de ser apenas mais um pode trazer sentimentos diversos a pessoas diversas. Talvez conformidade aos medíocres e um desafio aos ambiciosos. Dessas opções, provavelmente me encontro ao centro, uma mediana com esperança de liberdade.

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