segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Durante o período moderno, uma ideologia que prezava a razão e a experiência foi difundida e causou, consequentemente, uma mudança paradigmática da ciência, baseando essa no discurso do método, o qual foi desenvolvido por Bacon e Descartes.
Partindo dessa racionalidade e da necessidade de experiência que passou a reger a sociedade e a nova função do conhecimento, a ciência passou a criticar a forma e o uso do pensar. O conhecimento, agora, precisava ser neutro, portanto, não deveria ser influenciado por sentimentos, mas sim pela razão e, com isso, a filosofia passou a ser criticada, pois o simples fato de pensar não poderia trazer retorno à sociedade nem proporcionar a melhora na condição humana.
O pensar deve ter, portanto, utilidade. O ato de pensar foi transformado, pela conjuntura econômica e pela influencia da racionalidade, em mercadoria. O discurso do método, então, difundiu a ideia de que a ciência deve ser usada como intervenção e que devia ser voltada para a utilidade pública. A partir disso, o saber passou a ser produzido com fins a serem revertidos à sociedade.
A dinâmica da sociedade atual se desenvolveu, portanto, baseada no racionalismo e na necessidade de produção intelectual e material para manter a ordem econômica vigente.
A sociedade espera um retorno e uma inovação sempre maior, e isso gera um sentimento de competitividade, onde os homens buscam, cada vez mais, destacar-se nos meios em que estão inseridos e atender as expectativas que neles são colocadas, seja pela família, nos locais de ensino ou de trabalho.
 O homem contemporâneo foi induzido pela forma que se alicerçou e desenvolveu a sociedade moderna a empreender e criar, a partir do trabalho da mente. Toda a ação, atitude e pensamento exercido pelo homem deve ter uma função que é revertida para a produção, a qual manter o funcionamento atual do mundo.
A crítica feita ao pensar por pensar baseada no discurso do método, na busca pela universalização e na produção para a utilidade pública, induziu o mundo a criar a dinâmica que hoje possui, ou seja, um cenário onde a produção do saber, feita com base no racionalismo, é revertida ao funcionamento da sociedade e usada para buscar uma elevação nessa e destaque do homem no meio em que se insere.

 Heloisa Borges Nepomuceno- 1º ano Direito Noturno

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