segunda-feira, 7 de agosto de 2017

A História Coloca o Racionalismo em Cheque

A visão cientificista que coloca aspectos como a razão, o método e a experiência como os guias mestres da humanidade e de sua conduta, foi tendo uma consolidação avassaladora desde sua concepção embrionária com pensadores como Descartes e Bacon até a virada do milênio. As revoluções industriais que dinamizaram não só os meios de produção, mas também a vida agora urbana em algo programático e mensurável em diversos aspectos, atrelada com a consolidação do neoliberalismo deram a sensação de uma segurança e estabilidade conquistada e imutável. Não só a religião, mas tudo o que remete ao subjetivo foi deixado em segundo plano, no que parecia a vitória final do realismo e o naturalismo sobre o barroco e o romantismo, ou até mesmo o fim da história como alegava Francis Fukuyama no final do século XX.

Porém, assim como o otimismo da Belle Époque rapidamente deu lugar ao sentimento de pessimismo do Fin de Siècle, nos últimos tempos as idéias que derivam do racionalismo mostram que não estavam tão consolidadas como se pensava. O neoliberalismo que se colocava como a expressão econômica e política perfeita destas idéias, sendo o sistema mundial vigente, sofre duros impactos que podem ser observados com a eleição de Trump nos EUA, o Brexit no Reino Unido, a votação expressiva de Le Pen na França e as crises políticas na periferia do capitalismo. Estes são reflexos políticos que indicam os sentidos e as paixões, como o medo e a insegurança fortemente aflorados com a crise econômica de 2008 e os atentados terroristas cada vez mais constantes enquanto o ISIS ganha território no oriente médio, como atores da história que parece muito longe do seu fim.

Eduardo Augusto de Moura Souza
1° Direito Noturno


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