segunda-feira, 14 de agosto de 2017

       Breve crítica a ideia de marcha progressiva do espirito humano


Auguste Comte teve grande importância para o pensamento ocidental do século XIX por ter se tornado o principal autor do positivismo, linha teórica que defendia uma maior valorização da ciência e do conhecimento, disposto de maior aplicabilidade, mais próxima da experimentação do que de experiências teológicas e metafísicas.
Comte, em seus escritos, acreditava numa linearidade da história baseada em três estágios. Sendo do primeiro ao último, o movimento de consolidação do entendimento humano sob a realidade.
No entanto, devido aos seus anseio em explicar a “marcha progressiva do espírito humano”, o pensador comete o erro de criar narrativas correlacionando os fatos por ele observado aos seus modelos teóricos criados para explicar isso. Assim, os estágios teológico, metafísico e positivo perdem a validade enquanto lei fundamental, como caracteriza Auguste Comte em seu livro curso de filosofia positiva.
A criação de narrativas para justificar decisões que favorecem o status quo é uma prática bem recorrente ao longo da história. Na Alemanha nazista, por exemplo, disseminou-se através da propaganda ideológica e do sistema de ensino da época todo um conjunto de ideias para validar os acontecimentos do povo alemão que favorecessem a narrativa criada pela ideologia Nazi.
Intencionalmente ou não – e em menor escala – Comte enfatiza os valores defendidos pela nova entidade soberana de sua época: o Mercado. Por isso, dentro do seu desenvolvimento do entendimento, surge uma hierarquização dos saberes humanos, no qual as ciências naturais e sociais (mais alinhadas aos interesses do Capital), passam a ocupar um papel privilegiado dentro da organização da Academia.

Davi Pontes - 1ºano Direito Noturno

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