domingo, 20 de agosto de 2017

A obrigatoriedade da vida perfeita

Ao final do século XIX, o sociólogo Émile Durkheim estudou intensamente os fatos sociais, que para ele devia ser o objeto de estudo da sociologia. De acordo com Durkheim, esses fatos sociais se apresentam em toda e qualquer sociedade e tem como característica seu poder coercitivo e sua exterioridade aos indivíduos. Suscintamente, esses seriam padrões de agir impregnados na sociedade, fazendo com que os indivíduos ajam seguindo sempre determinadas regras. Comparando seus estudos com nossa realidade, podemos perceber que suas conclusões podem explicar diversos problemas atuais.
No nosso cotidiano podemos perceber os fatos sociais como todas essas imposições que recaem sobre os indivíduos. Exemplos são o que não faltam: o corpo das mulheres deve ser tão escultural quanto os corpos das “Angels” da Victoria’s Secrets; a família ideal é formada por um pai, uma mãe e um ou dois filhos; a vida perfeita depende do casamento; etc. A escola talvez seja o local onde observamos mais explicitamente essas imposições. A criança ou adolescente deve seguir um certo padrão, deve usar tênis da marca x, casaco da marca y e seu comportamento não pode destoar dos demais, caso isso ocorra haverá- em grande parte dos casos- uma punição: o bullying.
Na vida adulta essa pressão se dá de diferentes formas. No instagram são expostas vidas perfeitas, corpos perfeitos, viagens perfeitas, famílias perfeitas... Será que toda essa perfeição realmente existe? Se existe ou não, nos vemos coagidos a seguir um padrão e se, por acaso, algum aspecto de nossa vida não se encaixar nesse “molde” nada parece valer a pena. Mas vale lembrar que essa busca inalcançável por padrões preestabelecidos gera consequências, quando a pressão atinge determinado limite podem aparecer doenças como a ansiedade e a depressão, as chamadas “doenças do século”.

Desse modo, fica fácil ver a genialidade de Durkheim que estudou tal fenômeno no século XIX  e ainda assim podemos observar na prática suas conclusões.

Érika Luiza Xavier Maia - 1º Direito Noturno

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