domingo, 13 de agosto de 2017

A ditadura da ordem

A influência da teoria positivista pode ser facilmente observada em diversos momentos da história política do país, como por exemplo a escolha do lema da bandeira: ordem e progresso e no Estado da ditadura militar.
Nestes vinte e um anos de ditadura, o Estado manteve esforços em combater quaisquer atos que ele e parte da população conservadora consideravam “anormais”, “más condutas”. Tais condutas eram rotuladas de maneira maniqueísta a partir de ideais passados de gerações para gerações através da família, ideais que definiam determinada moral a se seguir, determinada hierarquia para se obedecer, determinada religião a se praticar, determinadas condutas a se tomar. Tudo isto em prol da manutenção da ordem social, para a manutenção da “moral e dos bons costumes”. Com esta desculpa, várias atrocidades foram cometidas, como a prisão de pessoas homossexuais e transexuais, que segundo a opinião das pessoas conservadoras (que se auto intitulavam “pessoas de bem”) iam contra os ideais de família; censuras aos canais de informação e produção cultural que apresentassem ideias contrárias as que regiam o regime.
O Estado tentando a qualquer preço manter a ordem interna não se importou de desrespeitar os direitos humanos da população, assim permitiu que os militares torturassem e matassem pessoas contrarias ao regime, consideradas “subversivas”, pessoas cujo “crime” que cometeram foi o de não abrir mão de suas individualidades em detrimento de um governo abusivo que aniquilava tudo que não fosse coerente a sua ideia de “progresso”.
Infelizmente as ideias de Comte, ainda se fazem altamente presentes da sociedade atual, pessoas valorizam o que consideram a ordem para a manutenção de um suposto progresso. Um progresso que é contrário a quaisquer condutas consideradas “anormais”, um progresso que não tem lugar para individualidades.

Brenda S Guimaro - 1° ano de Direito Diurno

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