terça-feira, 6 de setembro de 2016

Weber e o atual contexto político



Desde 2013, sabemos das várias manifestações políticas que se materializam nas ruas, em que pessoas almejam algo, lutam por esse algo e exigem-no dos governantes eleitos que, em tese, deveriam representar os anseios da maioria a qual lhes confiou o poder.

Sabemos dessas manifestações e, por vezes, participamos delas. O que nos leva a isso?

Se analisarmos tal questão sob o olhar daqueles que prezam a sociedade sobre o indivíduo, tal como Durkheim, afirmaríamos que a ação individual surge da coerção social.

Se, no entanto, analisarmos essa questão sob o olhar daqueles que, como Weber, preza o caráter individual sobre a sociedade, identificaríamos a ação social como um fruto do próprio indivíduo: “[o indivíduo] pondera e escolhe, entre os possíveis valores em questão, aqueles que estão de acordo com sua própria consciência e sua cosmovisão pessoal” (p.110). Assim, por causa das várias informações e notícias que chegam até nós, formamos uma opinião, um juízo de valor, baseado em nossa cultura e formação intelectual (política, histórica, sociológica, filosófica e antropológica) e, então, tal juízo de valor nos conduzirá à nossa ação social.

Tal ação, que pode nos guiar às ruas em prol de algo que defendemos e que, de acordo com as nossas opiniões, deve ser garantido, pode ser de quatro naturezas: a) racional com relação a um objetivo (pode-se identificar aqui políticos que se valeram da legitimidade do sistema do Direito para instaurar o processo de impeachment); b) racional com relação a um valor (as ações daqueles que vão às ruas em defesa dos direitos sócias, mesmo com a ameaça da PM, podem ser aqui identificadas); c) afetiva ou emocional (esta é a típica ação do fanatismo político e da total defesa de um certo grupo político); d) tradicional (a ação dos patriotas, por exemplo, encaixa-se nessa classificação).

Assim, cada um movido por sua ação social, a qual é, primeiramente, individual, mesmo que esteja focada em um ideal coletivo, vão às ruas para defender algo.


  Nathalia Neves Escher – 1º ano de Direito (Noturno)

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