terça-feira, 9 de agosto de 2016

Do crime aos justiceiros: de Rachel Sheherazade a Bolsonaro

Émile Durkheim foi um expoente sociólogo do século XIX, sendo que durante sua produção de conhecimento sociólogo, seu objeto de estudo foi o fato social que é o conjunto de ações de como os indivíduos agem em sociedade, de como eles sentem e se expressam diante do mundo a sua volta.
Para o sociólogo, o crime é um fato social, quando em baixas taxas, pois ele pode se tornar patológico, mas ele é considerado um fato social, pois sempre existiu em todas as civilizações da história da humanidade, inclusive em pequenos agrupamentos em locais isolados, é algo que todo mundo sabe da existência, mas o principal é que ele é sujeito à coerção, que quando aplicativa, sirva de exemplo para os outros membros da sociedade não cometerem, sabendo que haverá coerção, então se mostra a função social do crime.
Mas, à medida que o crime se torna algo em grandes proporções, e que a coerção não está sendo suficiente para diminuí-lo, ele se torna um fato patológico, e no Brasil em 2014 a população de algumas cidades resolveu tentar diminuir o crime na sua cidade, prendendo suspeitos em postes, batendo neles, torturando e muitas vezes executando, eles começaram a ser chamados pela população local e pela imprensa de “justiceiros”, mas o fato deles existirem, segundo a perspectiva de Durkheim, torna a cidade ainda mais patológica do que ela estava antes, pois agora a população está indo contra as normas do Estado, para eliminar pessoas que vão contra as normas do Estado.
E diante do surgimento desses “justiceiros” a jornalista Rachel Sheherazade, fez um comentário no jornal, apoiando esse grupo, inclusive elogiando-o, mas fazendo uma analogia, Rachel Sheherazade seria como o crime, algo que sempre existe, no caso, ela representa, pessoas que ferem os direitos humanos, achando que apenas algumas pessoas podem tê-los assegurados, mas é impossível acabar com todas as pessoas que pensam igual ela, então ela serve para ser punida, para que as outras vejam haverá consequências, que foi o que aconteceu, pois ela levou uma bronca do dono da emissora (Silvio Santos, dono da SBT) e ficou proibida de opinar em sua emissora.
Mas se o “problema” Rachel Sheherazade se tornar fora de controle, vira patológico, que é o caso de uma pessoa como Jair Bolsonaro, que atualmente é deputado federal e pré-candidato a presidência da república das eleições de 2018, e isso se torna uma patologia, pois Bolsonaro possui uma quantidade muito grande de pessoas que o seguem, apoiam suas ideias e a disseminam, ideias que têm os mesmos princípios que os da Rachel Sheherazade, o “problema” Sheherazade que devia existir apenas com a finalidade de servir de exemplo, para as pessoas não o seguirem, se torna grande, quando outra pessoa, que desta vez, detém um poder muito maior e uma influência que podem levá-lo à presidência dependendo das circunstâncias, mesmo que ele não consiga a presidência, talvez outros grupos busquem seu apoio devido ao grande público que ele possui e para apoiá-los, Bolsonaro terá algumas reivindicações garantidas.
Hélio José dos Santos Júnior - 1º Ano - Direito Noturno

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