domingo, 27 de março de 2016

Teorias, perspectivas e a vida: onde se encontram?

Uma reflexão acerca dos temas apresentados no filme “Ponto de Mutação” pode parecer um pleonasmo a princípio, posto que os personagens a fizeram no decorrer da narrativa. Entretanto, refletir nunca é demais.
A crítica direciona-se às perspectivas, aos pontos de vista dos habitantes deste mundo hodierno. O método cartesiano já não é suficiente para resolver os entraves do cotidiano, o “relógio” precisa ser repensado para encerrarmos este ciclo vicioso. Aceitar que vivemos numa interdependência com tudo e todos é um bom jeito de experimentar outra teoria: a dos sistemas vivos. Nela, a organização é responsável pelo bom funcionamento das coisas, deixando tudo em equilíbrio para que as novas gerações também possam usufruir deste ambiente de maneira sustentável.
Quando a relação entre o homem e a mulher entrou em desequilíbrio, aquele começou a explorar a natureza de tal forma que ela respondeu com a escassez de seus recursos, novas doenças e tudo mais. Isso prova que, por mais que tente, ele não está apto para isolar-se; sua existência é integrante de algo maior.
O contato com Sonia, a cientista, engrandece o repertório cultural de Thomas e Jack (o poeta e o político, respectivamente), mas suas ideias parecem um tanto contraditórias em face de suas decisões. Ao mesmo tempo em que ela defende a interdependência, seu relacionamento com a filha deixa a desejar; a atitude de migrar para uma ilha também, na medida em que seus pensamentos não chegam além das fronteiras.

Em síntese, a obra nos incita a buscar mais fundo a raiz dos problemas, sem esquecer-se de conectá-la às outras peças do quebra-cabeça. Afinal, a essência da vida é a auto-organização.  





Letícia Felix Rafael, 1º ano - Direito (noturno)

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