domingo, 31 de maio de 2015

A miséria dos professores públicos do Paraná

O fato social de Durkheim, ao mesmo tempo que se associa, se afasta do postivismo de Comte. Para os positivistas, a sociedade deve ser entendida como uma simples soma de ações de individuos exercendo as próprias decisões, compondo assim o "tecido" da sociedade. Para a análise sociológica de Durkheim no entanto, essas ações individuais são vistas simplesmente como resultado da coerção feita pelo próprio conjunto de costumes e regras do grupo social no qual o indivíduo se insere. 
A recente greve de professores no Paraná, quando entendida como fato social, nos revela toda a complexidade de relações que compõem a sociedade, uma vez que a utilização de violência por parte de policiais militares contra os protestantes não se legitima de maneira alguma.

Lucas Gabriel martins/UOL

O fato social no caso é que os professores brasileiros recebem baixíssimos salários, o quê leva a uma progressiva decadência da carreira, pois são pouquíssimos os jovens recém formados que querem ter uma carreira na docência pública.



Uma vez que Durkheim revela que o fato social em si deve ser tratado como uma "coisa", um objeto a ser estudado, há nessa afirmação a aproximação com o positivismo de Comte, levando à afirmação de um determinismo sociológico de Durkheim: as manifestações do fato social são advindas do lugar e do tempo no qual esse fato social está restrito. Ora, o quê é essa greve, se não a manifestação coletiva de um grupo social para pressionar (através da coerção) o Estado na mobilização de interesses não-individuais? 
Logo, o argumento do aumento salarial como mera ganância dos professores não pode ser aplicado, já que a personalidade dos mesmos é de curto alcance, e a coletividade desse grupo social é superior a qualquer interesse próprio.

Túlio Tito Borges - Primeiro Ano Diurno


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