domingo, 26 de abril de 2015

Limite empírico

Anti-aristotélico, Francis Bacon criou um novo método científico baseado em induções graduais e progressivas. Empirista, o filósofo buscou conceituar duas vias de investigação, sendo a primeira a antecipação da mente – ineficaz para atingir o conhecimento – enquanto a segunda refere-se à interpretação da natureza, limitada pelo alcance das percepções trazidas pelos sentidos. O inglês condena a ciência que baseia em descobertas anteriores e busca uma ciência investigativa, pragmática e aplicável, sem teorias exaustivas e pouco conclusivas, tais como os “estéreis” silogismos aristotélicos.
A fim disso, Bacon disse ser impossível atingir o conhecimento se houvesse em nós a influência dos ídolos. Estes conceituados como falsas percepções e divididos em quatro: tribo, caverna, foro e teatro. Se os próprios sentidos não são sempre confiáveis, deve-se entender como e quando se prevenir, usando a razão como guia.
Posto isso, percebe-se o avanço do fazer ciência nos vários âmbitos da sociedade, dentre eles, a medicina. Então, como Bacon influenciou as novas descobertas científicas? Ao citar o exemplo hodierno da inseminação artificial – técnica criada para deposição mecânica do sêmen no útero da mulher - a criação pode ser entendida pelo método baconiano, uma vez que  John Hunter realizou diversas experimentações e observações em busca de meios que se adequassem a sobrevivência do líquido masculino e assim fez o uso de suas percepções, ao realizar testes nunca antes tentados, já que se achava impossível gerar um feto sem o próprio ato sexual. O querer “ir mais além” de Hunter é visto como essencial, pois significou uma grande vitória sobre a natureza, além de beneficiar diversos casais.
Contudo, deve-se ressaltar alguns erros acometidos pelo o londrino, tais como a inutilidade dada as teorias e a invalidação das descobertas anteriores como base para as novas descobertas. Atualmente, sabe-se que a ciência é tal como é, muito em virtude de estudos anteriores, sendo a linguagem matemática e teórica de grande valia para entender o mundo no seu espaço-tempo. Assim, como nem tudo pode ser comprovado empiricamente, desconsiderá-las empobreceria a evolução científica. Por isso, o método concedido pelo o autor de "Novum Organum" seria criticado posteriormente e aperfeiçoado por outros filósofos como David Hume.

                               Leonardo Borges  Ferreira - 1ºano - direito noturno

                               Introdução a Sociologia - aula 3

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