domingo, 26 de abril de 2015

Experiência e manipulação


Ao contrário da filosofia tradicional, o pensamento baconiano afirma que a razão é importante, porém é guiada pela experiência. Bacon, em seu livro "Novum Organum", propõe uma ciência empirista, onde a retórica não tem vez, dando espaço para a investigação dos fatos como método mais adequado para atingir o conhecimento. Ou seja, explorar o mundo é mais vantajoso e construtivo para a ciência que criar teses a respeito dele com base apenas na razão. 
Além da defesa da experimentação como base para o conhecimento científico, o filósofo afirma que nossas falsas percepções do mundo, as quais ele chama de "ídolos", não nos permitem chegar a uma imparcialidade. Somos o tempo todo influenciados por nossas paixões, sentidos, leituras, relações pessoais, sistemas filosóficos, crenças e, também, por nossa educação e criação ao longo da vida. Desse modo, apenas conhecendo esses ídolos e nos despojando deles ao máximo, podemos nos aproximar de um pensamento imparcial. 


A atualidade das ideias de Bacon pode ser percebida ao observarmos a parcialidade na formação do pensamento ocidental, onde desde pequenos somos bombardeados por ideologias e preconceitos, incutidos em nossas essências pela mídia, pela formação acadêmica e pelo senso comum. Somos incentivados desde muito cedo a criar e nos agarrar a ídolos, de maneira que somos responsáveis por uma ciência pessoal extremamente parcial. Sendo assim, a inovação do discurso baconiano se faz presente no mundo contemporâneo, mostrando a perduração de suas ideias através dos séculos. 

Giovana Galvão Boesso
1º ano- Direito diurno, aula 3.

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