segunda-feira, 20 de abril de 2015

Descartes em Matrix

René Descartes, em seu Discurso do Método, dedicando-se exclusivamente à busca da verdade,  rejeita tudo aquilo em que se possa encontrar qualquer dúvida. Pensador racionalista como era, ele questiona até mesmo a sua própria forma de existência e o mundo que o cerca em determinado ponto de seu exercício racional. Questionamento esse que pode ser visto no filme Matrix, relacionando-se com a perspectiva cartesiana na procura pela verdade.

Considerando que às vezes os sentidos humanos são falhos e imprecisos e que quaisquer pensamentos que cultivamos quando estamos acordados, podem ocorrer também durante o sono,  Descartes põe em xeque todas as percepções baseadas nos nossos sentidos, supondo que o mundo em que vivemos é uma ilusão; e a sua própria forma, admitindo que ele mesmo era uma substância de natureza pensante, fazendo a separação entre o corpo e a alma do homem.

Tal pensamento se remonta no filme Matrix, no momento em que o protagonista se vê num dilema existencial ao duvidar da própria realidade em que está inserido (estaria ele vivendo a realidade ou uma simulação programada por uma inteligência artificial?); e qual seria o seu verdadeira forma (a mente na simulação ou o corpo na realidade?).

Portanto, o filme ilustra bem um dos momentos de conflito do pensador francês retratados na sua obra, trazendo-o para um contexto mais atual em que a computação avança cada vez mais, se fazendo mais presente em uma sociedade globalizada. Mesmo após mais de 350 anos de sua morte, Descartes ainda impacta o mundo com seu racionalismo que visa explicar o mundo e buscar a verdade.

Lucas Camilo Lelis
1º ano    Direito diurno

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