domingo, 4 de maio de 2014

O BRASIL QUE SOMOS, O BRASIL QUE QUEREMOS

Recentemente um movimento vem inquietando desde a população leiga até grandes estudiosos e juristas, nomeado de “rolezinho”, o referido consiste no deslocamento de jovens das periferias até locais centrais como shoppings, parques e outros espaços.
Classificado na visão positivista como subversão a ordem, o movimento é, no entanto, uma forma de alerta: a população da periferia tem direitos como a dos centros, inclusive o de frequentar esses locais, não devendo haver distinção entre as classes. O deslocamento é uma forma de deixar evidente esse direito, e mostrar que a periferia está aqui e independente da visão preconceituosa central, eles tem o direito de buscar por lazer e consumo.
Aqueles que possuem alguma propriedade nos lugares alvo do rolezinho, têm visto o movimento como algo perigoso e que devia ser proibido por meio de liminares. Mesmo que o movimento tenha ocorrido de forma pacifica na maioria das  vezes em que ocorreu. O fato é que, para eles, aqueles jovens que não se vestem e talvez não se portem como o publico que normalmente frequenta esses mesmo shoppings e parques, estão “sujando o local”.
Sobre esses pedidos de liminares nos valeremos de dois em especial, um que ocorreu na Comarca de Campinas sobre um movimento que estaria programado para ocorrer no Shopping Center Iguatemi. No caso em destaque a posição do juiz Dr. Herivelto Araujo Godoy foi louvável, ao considerar a situação que leva ao movimento, a sua postura pacifica e por recorrer a Polícia Militar Estadual para resguardar a segurança do público frequentador do local, inclusive dos jovens manifestantes.
            A outra liminar, no entando, promovida pela mesma Comarca, mas pelo juiz  Dr(a) Alberto Gibin Villela apresenta uma visão em parâmetros inteiramente positivista porque proíbe o movimento, a fim de resguardar a tão sonhada ordem que seria subvertida e o direito a propriedade, porque o movimento poderia ferir os direitos daquele publico comum do local e daqueles que tem a posse.

            É importante que haja uma reflexão sobre essas duas posturas, opostas, tomadas a respeito do mesmo movimento, com a finalidade de haver um posicionamento que tem como consequência a formação do nosso próprio país. Este que pode mudar sua concepção e passar olhar para todo o povo como iguais e que tem os mesmos direitos a serem resguardados ou continuar com a visão preconceituosa de que cada um tem que ficar no lugar que está, sem que haja comunicação entre as classes. Contudo, o próprio rolezinho já mostra que é preciso mudanças e que de nada vai adiantar essa visão obsoleta, porque a periferia quer e tem o direito e mais, vem mostrar que o espaço também é deles.




Louise Fernanda de Oliveira Dias
1º Ano - Direito Noturno

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