sábado, 5 de abril de 2014

Uma busca pelo saber

Conta-se que há muito, muito tempo atrás, em um pequeno reino, vivia um rei que acreditava que a maior riqueza do mundo era o conhecimento. Queria este rei conhecer tudo aquilo que estava à sua volta: Como surgiram as estrelas, o sol, a lua, os animais, o homem, como era possível uma planta saber quando é primavera para florir,  como era possível o sol nascer e se pôr diariamente, enfim... eram tantos os questionamentos deste rei, e era tão grande a sua insatisfação com as explicações que seus conselheiros lhe davam que, um certo dia, o rei convocou uma reunião em seu palácio. Pediu para que chamassem os homens mais sábios de seu reino, pois um deles elegeria para ser o seu mestre.
Pois bem, o grande dia chegou. Muitos intelectuais se aproximaram do rei e expuseram seus conhecimentos, seus estudos e observações. Eram todos  muito inteligentes, mas nenhum agradou ao rei. Quando o rei perguntava como haviam aprendido tudo aquilo, todos, sem exceção, respondiam que haviam lido os livros mais completos e estudados com os melhores tutores, e que, por isso, seriam os mais aptos a atender às suas necessidades. O rei, todavia, se entristecia. Queria alguém que realmente o trouxesse algo novo e que fosse o autor deste conhecimento. Mas parecia que todos os intelectuais eram meramente reprodutores da sabedoria, decorando informações e aceitando avidamente tudo aquilo que lhes era dito que era correto.
Quando já perdia as esperanças, um candidato adentrou o palácio. Era sério e quieto. O rei lhe deu a palavra e ele começou:
- O verdadeiro conhecimento está não no labor da mente, não naquilo que nos dizem como o correto, não nas deduções aparentemente tão racionais mas ao mesmo tempo tão persuasivas de nossa mente. O verdadeiro conhecimento está no plano sensível, na experiência como forma de obtenção do saber, no alcance do conhecimento através dos axiomas. Vocês, que se julgam tão inteligentes, não mais fazem que decorar e reproduzir ideias das quais nem vocês mesmo mesmos sabem a veracidade da origem. O que proponho é uma revolução na maneira de pensar, através da comprovação das teses por meio de experiências. Só assim poderemos conhecer, só assim faremos Ciência. 
O rei se encantou com a proposta deste homem tão ousado em sua colocação mas ao mesmo tempo tão sincero e sábio. Nomeou-o seu conselheiro particular. E uma das obras deste conselheiro, recentemente, foi achada nas ruínas do castelo real, cujo reino até hoje é chamado de "O reino da sabedoria". O nome da obra? "Novum Organum". O autor? Francis bacon. 

Daniela Negri 1o ano Direito- turno matutino. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário