segunda-feira, 7 de abril de 2014

Clareza científica X fantasia

Diversos filósofos defendiam a aplicabilidade do conhecimento adquirido, e dessa ideia advém a crítica de Francis Bacon à filosofia tradicional, ao declarar que aquela era apenas contemplativa, sendo " farta em palavras, mas estéril em obras". O filósofo acreditar na dinâmica de inovação permanente da ciência (não mais como contemplação do mundo, mas como o pensar sobre a transformação da condição humana) e de um método sempre inovador que alcançasse o conhecimento, esse guiado pela razão, observação e experimentação. Essa máxima de inovação permanente é condizente com o mundo contemporânea, já que nota-se claramente que os países que estão sempre a frente são os que buscam investir em tecnologia e pesquisa.
Ademais, defendia a interpretação do mundo pela ciência ao atribuir aos sentidos a impossibilidade do erro, salvo ao analisar coisas microscópicas. Os sentidos não se enganariam, porém, após a observação, ainda se faz necessário a experimentação, pois aqueles possuem um limite de alcance máximo, e para que assim a clareza científica seja plenamente alcançada, e não se cegue pela fantasia. Logo, a ciência não deveria ser um mero exercício da mente, sem que haja construção de conhecimento aplicável, não poderia deixar que ela se guiasse por si mesma. Acreditava no emprego de ferramentas que pudessem ampliar a capacidade humana, tanto no uso da força bruta como no uso da mente.
Bacon dissertava sobre falsas noções que invadiam a mente humana e o impediam de encontrar a verdade, eram essas denominadas: ídolos da tribo (erros advindos da própria natureza humana); ídolos da caverna (fundadas na própria personalidade do indivíduo); ídolos do foto (formados a partir da integração social, em especial pelas palavras usadas que confundem a mente); e ídolos do teatro (advindos da filosofia, em que falsas doutrinas levaram à axiomas).
Em virtude disso, conclui-se que seu pensamento, exposto na obra Novum Organum, é condizente com a realidade contemporânea, desde o ponto em que defende a aplicabilidade e inovação constante do conhecimento científico, até onde acredita estar o pensamento humano baseado em falsos axiomas, já que quando o indivíduo acredita estar certo sobre algum aspecto, deixa de ver provas que o provariam errado.

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