quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A Reforma Protestante além da religião


A Reforma Protestante ocorreu nos séculos XVI e XVII, onde as novas doutrinas religiosas, religiões de maior impacto foram a de João Calvino (Igreja Calvinista) e a de Martinho Lutero (Igreja Luterana). Principalmente estas, mas não só, podemos dizer que não tiveram seu caráter reformatório exclusivo para o âmbito religioso, se expandindo também no âmbito econômico o que, consequentemente, também gerou mudanças sociais, culturais, comportamentais.
            No que se refere ao comportamento temos que os adeptos deste doutrinamento tiveram mudanças, pois passaram a levar uma vida metódica, regulada, ou seja o protestantismo mudou a ética do indivíduo a fim de assegurar e fortalecer o espírito do capitalismo. Além disso, houve uma mudança na concepção de trabalho onde este deixou de ter como objetivo o suprimento das necessidades vitais e passou a ser visto como forma de acúmulo de dinheiro, entretanto vale ressaltar que este fenômeno é diferente da simples ânsia pelo lucro, pois isto está enraizado no homem, tem-se uma racionalização contábil afim de acumular e multiplicar capital. Vale ressaltar também que a grande característica do burguês era o comedimento e não a ostentação. 
            Estas novidades sociais não se limitaram ao oeste europeu visto que com o tempo, por meio desse pensamento racional dos lucros e dessa nova ética, os capitalistas adeptos ao protestantismo passaram a lucrar mais que os capitalistas de outras religiões, gerando uma “migração religiosa” e expandido a doutrina protestante. Já com relação ao direito temos que este se desprendeu do caráter penal e ampliou-se para a área administrativa, comercial, auxiliando na expansão capitalista.
            Por fim, é importante destacarmos que estas igrejas protestantes, principalmente a calvinista, tinham uma linha de pensamento diferente das igrejas evangélicas pentecostais e neopentecostais que vemos hoje no Brasil. A igreja calvinista pregava a doutrina da predestinação, ou seja, uma pessoa ao nascer já estava predestinada a ser rica ou pobre, sendo portanto o ganho de dinheiro um sinal dessa vocação natural. Já as igrejas que vemos atualmente dizem que ao pagar o dízimo e realizar outras contribuições financeiras o indivíduo passará a ter avanços econômicos. Tendo portanto como única semelhança, o estímulo ao trabalho e a doação de dinheiro à igreja.

André Mateus Pupin - Primeiro ano - Direito diurno 

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