domingo, 26 de maio de 2013

Paradoxos do mundo pós-industrial



            Friedrich Engels foi um notório filósofo do século XIX, responsável por constituir o socialismo em uma ciência. Em sua obra ele faz uma análise sociológica da Revolução Francesa e suas consequências, exalta os socialistas utópicos como “homens especiais”, que são responsáveis por revelar a verdade à sociedade e defende o pensamento dialético para compreender os fenômenos sociais.

            A partir da ascensão da burguesia ao poder os antigos vícios da nobreza são substituídos pelos da burguesia, de modo que a condição da classe dos trabalhadores deteriorou-se, os índices de corrupção, violência e prostituição atingiram níveis altíssimos, trazendo grandes prejuízos para as relações sociais.

            Engels critica o método proposto por Descartes (base do nosso atual método científico) de que para compreender algo é necessário fragmentá-lo, olhar suas partes separadamente para depois juntar tudo e entender como funciona. Ele argumenta que ao fragmentar algo a noção do todo é perdida, e é essa parte que realmente importa. Defende também que o socialismo seja visto como ciência, não de forma utópica.

            Ele também critica a forma idealizada de como Hegel analisava a história, método este que levaria a falsas conexões, estabelecendo uma lógica irreal da realidade histórica. Para Engels, a compreensão dos fatos históricos levaria a compreensão dos problemas presentes de uma sociedade. Ele destaca a luta de classes como engrenagem para a história, a partir do momento que surge a propriedade privada e o Estado, inicia-se a luta de classes entre opressores e oprimidos. Logo, o socialismo seria o percurso natural de qualquer sociedade, significando o fim da luta de classes.

            Com fortes críticas sobre as formas de exploração da burguesia sobre os trabalhadores, ele destaca a mais-valia como sendo o principal método exploratório, que consiste na apropriação do capital produzido por um trabalhador, sendo repassado a este um valor infinitamente menor do que o seu trabalho realmente vale. Somado a isso, ele evidencia um dos paradoxos do mundo industrial: as máquinas possibilitariam menores jornadas de trabalho para o homem, contudo, a exploração do proprietário no trabalhador é tão grande que, ao contrário, o operário trabalha muito mais do que quando produzia artesanalmente.

            Por fim, Engels propõe que a produção que surge a partir da Revolução Industrial seja utilizada em prol da sociedade toda, não apenas de uma elite opressora. Para que isso ocorra seria necessário a compreensão da própria realidade pelo proletariado, juntamente com atitudes reais destes em relação à burguesia. Uma vez que isso ocorresse, o Estado estaria em prol de todos, algo que não faz parte da definição de Estado, logo, ele seria desnecessário.

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