domingo, 26 de maio de 2013

Materialismo resolutório


Analisar a sociedade de sua época e buscar compreender os caminhos que a levaram a tamanha disparidade, de forma a obter meios de suprir as desigualdades, foi o objeto de análise de Friedrich Engels para compor a doutrina marxista juntamente com Karl Marx. Embora oriundo de família burguesa, seu pensamento centrou-se na classe explorada, cuja força de trabalho proporcionava os privilégios dos detentores do poderio industrial.
A formulação do conceito de socialismo científico visa afastar sua análise de concepções metafísicas, de forma a situá-la no campo do palpável e do real. Para tanto, efetiva-se a análise do socialismo ainda tido como utópico, com embasamento em Babeuf, Saint-Simon, Fourier e Owen. Ponderando tais teóricos, Engels conclui que a aplicação do socialismo cabe aos homens dados como “especiais”, uma vez que não é possível predeterminar sua ocorrência, já que esta está condicionada ao acaso.  A estes, não basta apenas compreender, e sim, buscar caminhos para alterar a situação discriminante.
O novo poder instaurado com a Revolução Industrial se afasta do campo político e concentra-se na economia. Ele consiste na própria obra da classe operária, cuja fonte de riqueza dos seus patrões passa a ser obtida pelo uso do maquinário. Dessa forma, o conflito existente entre as forças produtivas e as relações de produção é manifestado nas próprias contradições do capitalismo, uma vez que a própria burguesia atribui ao proletariado a expropriação dos meios de produção para atingir sua finalidade que é o lucro.
Como o próprio materialismo já emprega, a análise histórica é fundamental para reconhecer o modo de eliminar o que aflige a sociedade de uma dada época. É neste ponto que o próprio socialismo utópico não deve mais ser visto como primitivo. Um dos seus principais expoentes, Robert Owen, representante típico da burguesia industrial inglesa, soube reconhecer a precariedade das condições de seus funcionários, evoluindo de uma mera ação assistencial para crítico direto do capitalismo. Exemplos como esse auxiliam para traçar o eixo do processo de reconhecimento do movimento operário, condicionando o explorado a tomar consciência perante sua condição alienante, de forma a torná-lo detentor de sua própria emancipação. 
Luisa Loures Teixeira - 1º ano Direito Diurno

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