segunda-feira, 13 de maio de 2013

Observe o mar

Neste terraço mediocremente confortável,
bebemos cerveja e olhamos o mar.
Sabemos que nada nos acontecerá.

O edifício é sólido e o mundo também.

Sabemos que cada edifício abriga mil corpos
labutando em mil compartimentos iguais.
Às vezes, alguns se inserem fatigados no elevador
e vêm cá em cima respirar a brisa do oceano,
o que é privilégio dos edifícios.

Certamente, se houvesse um cruzador louco,
fundeado na baía em frente da cidade,
a vida seria incerta... improvável...
Mas nas águas tranquilas só há marinheiros fiéis.
Como a esquadra é cordial!
Podemos beber honradamente nossa cerveja!
(“Privilégio do Mar” de Carlos Drummond de Andrade, In: Sentimento do Mundo)
     Pai do Funcionalismo e um dos fundadores da Sociologia moderna, Émile Durkheim desenvolve abordagem deveras técnica e precisa do ordenamento social. Em busca da definição e consolidação do estudo do desenvolvimento social como ciência pura, cria o método da observação do fato social como uma coisa, permitindo rigor científico como só o visto em Comte.
     Seguindo este caminho, observa que a sociedade existe por relações de solidariedade, essenciais ou acessórias, e que essa coesão social seria necessária para o bom andamento da vida em coletividade. A anomia, definida como o colapso da normatividade pré-estabelecida, seria evitada por instituições firmes e inquestionáveis, como o Direito. Por fim, não deveríamos julgar o método da coesão social a ser atingida, apenas primar por suas existência, em qualquer âmbito, a qualquer momento.

     Há tempos de mar agitado, há tempos de calmaria. E os edifícios sempre sólidos, assim como o mundo...
Eduardo Matheus Ferreira Lopes, Direito diurno.

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