quinta-feira, 25 de abril de 2013

A Ciência da excelência


     Em sua tentativa de tornar o Positivismo uma ciência que reorganizasse todo o conhecimento da humanidade, Comte optou pela objetivação do conhecimento, valorizando o que poderia ser alcançado de real com cada ciência. Assim, era superestimado o útil perante o incerto, o concreto frente ao abstrato, tal como pode-se exemplificar a utilidade ao ser humano da engenharia quanto ao valor subjetivo da poesia.
                Assim, todo conhecimento obrigatoriamente passaria por etapas, baseadas na origem de como se o obteve. Do mais baixo nível sendo o conhecimento Teológico, fundamentado no sobrenatural e tendo destaque nas sociedades primitivas, ao mais alto que seria o próprio conhecimento Positivo, caracterizado pela máxima exatidão da explicação dos fenômenos. Percebe-se novamente que a Comte não interessava os assuntos advindos da imaginação ou psicológicos, mas sim aqueles que pudessem tomar forma no mundo real.
                Era destinada à Sociologia a reunião de todo conhecimento histórico de modo científico.  Por outro lado, a Física Social, recém criada também, deveria resguardar todo conhecimento restante. Sua principal função seria a de reestruturar a sociedade a fim de garantir o desenvolvimento humano.  Observa-se assim a influência do Positivismo como meio para que a sociedade evoluísse, sem radicalmente mudar o sistema, prezando pela ordem.
Curiosamente, Comte se contradiz ao final de sua tentativa  por transformar o Positivismo numa religião, indo contra todos seus pressupostos. Tendo a Ciência como deus venerado, e ele mesmo como o líder de tal religião. Resta-nos julgar então até que ponto sua contribuição foi útil, evitando os devaneios sem perder o que importa.
                               Renan Souza, Direito diurno                                                                       


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