domingo, 14 de abril de 2013

O querer social do indivíduo

           Um aperto de mão a um amigo, um desejável bom dia pela manhã e boa tarde após o almoço, um obrigado ao receber um favor e um pedido de licença para tomar a palavra em uma conversa. Todas estas atitudes são costumeiras e regras de bom convívio. Será que as fazemos por mero intuito ou elas nos são impostas  pela sociedade a que pertencemos?
             Para Émile Durkheim, praticamos tais atos porque a sociedade nos impõe, ainda que não coercitivamente, pois, embora deixar de praticá-los não seja crime, não os fazendo corremos o risco de nos excluirmos socialmente e de não obtermos um papel satisfatório no meio social. Segundo o renomado sociólogo, acontecimentos como os acima descritos, somados aos fatos de relevância jurídica, são os chamados fatos sociais, que acontecem por razões exteriores ao indivíduo e que devem ser o objeto de estudo da sociologia.
             Nossa maneira de encarar as relações sociais realmente derivam de fatores exteriores, já consagrados, e não daquilo que nós mesmos criamos. Exemplo disto é as roupas consideradas adequadas para determinadas ocasiões e para outras não, como o vestido longo o é para as mulheres em uma festa de gala e não em uma caminhada pela praia. Claro que é possível que o indivíduo quebre com aquilo que o costume impôs, porém, resistência ele sofrerá por parte da sociedade, que, caso superada, possível será que uma diferente manifestação social deixe de ser a exceção e passe a ser regra.
             Neste embate entre o querer individual inovador e a tendência de agir igualmente à maioria, é confirmada a afirmação de que "cada um é arrastado por todos".

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