sábado, 13 de abril de 2013

A coercitividade e a pseudo-liberdade de escolhas


Em seu livro “ As Regras do Método Sociológico”, desenvolve um método sociológico de análise, que preocupa-se, inicialmente, com a definição do objeto de estudo da sociologia. Atribui à sociologia o estudo acerca dos fatos sociais, que define como sendo “[...] toda a maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coação exterior, ou ainda, que é geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente das suas manifestações individuais".Portanto, define-se fatos sociais, como aqueles que são exteriores, coercitivos e objetivos. 
 Para o estudioso, os fatos sociais deveriam ser definidos como “coisas”,  pois ” [...] as coisas sociais só se realizam através dos homens; elas são um produto da atividade humana”. Desse modo, Durkheim tinha como objetivo garantir a imparcialidade e neutralidade das regras do novo método científico que propunha, uma vez que, desse modo, promovia o distanciamento entre o sujeito(sociólogo) e o objeto de estudo(sociedade) diferindo, nesse ponto,precipuamente do positivismo de Comte,pois diferentemente deste,entendia que não seria possível encontrar leis universais, pois cada sociedade respondia de uma forma diferente ao processo histórico. 
Segundo Durkheim, são exemplos  ilustrativos de fatos social onde existam organizações definidas (Igreja.,Estado),mas também outros fatos ou fenômenos que exercem uma pressão sobre o comportamento das pessoas, mesmo inexistindo uma organização estruturada e institucionalizada, que define como “movimentos de entusiasmo”.
              Discorre assim, que o homem é, desde que nasce, coagido a seguir normas sociais, sofrendo pressões de moldagem acerca de sua conduta . Contudo,  não se tem o poder de modificá-las, pois é exterior ao ser individual. Tais fatos que controlam o meio social(costumes, educação, leis, religiões) dariam subsídio ao estudo da sociologia. Ressalta-se ainda, que existe a autonomia perante tais fatos, mas que caso não se enquadre dentro dos limites impostos,é o mesmo que estar sujeitos sanções.
 Numa sociedade cada vez mais homogeinizada pela globalização, que disseminou uma indústria de massa, moldando comportamentos, hábitos e ideias, reforçando , portanto, a  premissa de Durkheim, quando diz que a sociedade antecede o individual. Desse  modo,faz-se aqui possível, o questionamento e reflexão sobre até que ponto podemos levantar a bandeira de livre-arbítrio, isto é, até que medida podemos nos dizer livres para  escolher o que realmente desejamos. Até que ponto realmente temos autônoma sobre quem realmente somos e o que realmente queremos! Talvez Sartre tenha razão quando diz que “somos condenados a ser livres”...

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