domingo, 17 de março de 2013

A globalização especificada

A globalização, alimentada pela infindável revolução tecnocientífica, além de diminuir o diâmetro global, a partir da aproximação continental, também gerou o paradoxo da dependência dos independentes.
Uma vez que países dados como autossuficientes em determinados aspectos necessitam dos demais para preencher suas lacunas. Isso fica claro ao percebermos que a potência tecnológica norteamericana importa a maior parte do petróleo que mantém esse desenvolvimento.
Percebe-se, portanto, que para compreender o mundo integralmente é necessário analisar cada parte que o compõe e suas relações internacionais. Especificação proposta inicialmente por Francis Bacon enquanto esse defendia um método mais eficaz do estudo e da aplicação da ciência.
Foi essa contrariedade à filosofia clássica e meramente contemplativa que moveu Bacon em sua produção histórica, o "Novum Organum". Essa obra, diferentemente de inúmeras outras que foram produzidas num mesmo contexto, não foi esquecida e, atualmente, fundamenta o modo de organização do aprendizado escolar e do desenvolvimento da ciência e dos seus profissionais.
A criação das nanotecnologias, as diferentes residências médicas que substituíram os clínicos gerais e a abordagem específica do direito em determinadas áreas, como o ambiental e o animal, funcionam como comprovação da imortalidade da tese defendida por Bacon: a especificação é a melhor forma de se conhecer o todo.
Conclui-se, pois, que Francis Bacon, assim como Descartes - que compartilhava do mesmo ponto de vista-, designou a principal pilastra que atualmente sustenta e compõe o mundo e sua globalização. Uma vez que, ao parar de simplesmente contemplar a realidade, como os filósofos clássicos faziam, esses revolucionários deram a partida para um conhecimento mais abrangente que é usado, principalmente, para mudar a realidade de acordo com as necessidades humanas.

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