segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O mundo dos homens. Mas seria ele branco ou negro?


"This is a man´s world, but it wouldn´t de nothing without a woman or a girl." Essa frase que compõe o refrão da música retrata uma realidade ainda recorrente. O mundo ainda é dos homens, deles são os melhores salários, as melhores posições e cargos em empresas, é deles o mundo. Mas o movimento feminista atacou o cerne desta hegemonia e trouxe à mulher sua igualdade de Direitos pessoais, e assim, o mundo continua sendo dos homens, mas passa a não ter sentido sem uma mulher. O Direito ao trabalho, ao voto, á educação, e a todos os benefícios que a mulher detém hoje foram fruto de constantes lutas sociais que merecem todo apreço que possa ser agregado.
Tendo em vista essa comparação, pelo mesmo viés, podíamos dizer que na realidade brasileira o "mundo" pertencia aos brancos. No passado histórico recente os negros foram escravizados e vítimas de preconceito racial, fazendo com que essa raça estivesse à margem da sociedade brasileira. Mas, assim como ocorreu com as mulheres e seu movimento social, os negros se uniram em um movimento de força popular e desta maneira lutaram incessantemente para alcançar sua igualdade de direitos com os brancos, e dessa maneira, com auxilio do governo federal, os negros vem conseguindo acabar com o desfalque sócio-econômico e educacional de que foram vitimados pela marginalização social causada pelo homem branco.
Um exemplo atual dessas conquistas são as cotas raciais nas universidades para negros. Não se pode ignorar a importância majoritária que este fato contempla para a atual juventude negra, que pode se sentir amparada pelo governo para atingir o mesmo alcance no mercado de trabalho que um branco consegue.
Mas, nessa implantação das cotas raciais, surge uma questão, não seria uma questão racista aplicada por um governo onde a maioria é branca? Não relevando a importância do passado histórico-cultural vivido pela raça negra, haveria outra maneira de suprir o vazio causado pela marginalização social. Esta nova opção seria a implantação das cotas sócio-econômicas. Desta maneira, seria alcançada a reivindicação dos negros que são prejudicados pela defasagem histórica, mas também atingiria os brancos que vivem em condições econômicas por vezes piores que negros. Em uma mesma comunidade, podem viver duas famílias de classe baixa, que sustentam cinco pessoas com um salário mínimo, mas, com uma diferença "indiferente", uma família é negra e outra é branca. Ambos os filhos das famílias frequentam a mesma escola e tem a obrigação de completar o ensino fundamental. Na rede pública o ensino médio é opcional, mas ambos decidem se dedicar aos estudos e completam o ensino médio. Chegam ao vestibular para alcança´r o sonho de construir um futuro melhor para si mesmo. O negro é aprovado, o branco não. Qual o motivo para isso? Ambos têm a mesma condição sócio-econômica, cresceram juntos no mesmo lugar, porque a raça diferente tem que ser o motivo de selecionar aqueles que merecem um futuro melhor?
Já é a hora de pensar até onde a manifestação pública passa de benefício à minoria para racismo contra a mesma. 

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