domingo, 24 de junho de 2012

Weber e seu método investigativo

Max Weber falava que o investigador sempre terá valores, entretanto propõe que se distancie deles para realizar suas investigações. Uma visão que se contrapõe a do materialismo, que fala da práxis que propõe que para conhecer determinada realidade precisamos nos envolver com ela e a partir do momento que nos envolvemos com ela somos transformados por ela também. Essa ação transformadora pode ser exemplificada quando você escreve um livro você muda a realidade de quem ler  o seu livro e é mudado durante o processo de confecção do romance.
Uma outra situação seria a de um julgamento o qual, segundo Weber, os juízes não deveriam deixar seus valores , ou seja, sua experiência pessoal interferir no caso e se distanciar o máximo possível para que as investigações procedam. Todavia, no filme “Meu nome não é Johnny” temos um brilhante exemplo de um caso de contestação da própria juíza se a ciência do Direito seria uma ciência exata, onde deveríamos proceder com esse máximo de distanciamento possível do réu, e sermos somente operadores do direito, que usa de suas ferramentas (leis e doutrinas) para resolver todos os casos, será que essa é realmente a função do Direito hoje? Ou então os juízes deveriam usar de seu conhecimento adquirido ao longo de toda vida e tentar entender melhor o réu ( suas motivações e condições de vida) e também compreender com maior profundidade a visão da acusação (toda a consequência causada pelo ato do réu seja elas materiais ou não) e desse modo tomar uma decisão consciente que vise acabar ou ao menos atenuar a exploração do homem?

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