domingo, 24 de junho de 2012

Weber, Durkheim e Marx pela genocídio das teorias absolutas.


       Não só as ciências exatas, mas todos os ramos do conhecimento estão fadados a corrosiva ação do tempo, entenda-se tempo como fator que concebe novos pensadores com habilidade e disposição ímpar na refutação de teorias que o antecederam. Presume-se então a impossibilidade da existência de leis, quando a mesma apresenta caráter de plenitude, nada é eterno, inclusive as teorias.
        Tomo como base o pensamento weberiano, dialogando criteriosamente no sentido de complemento ou negação para com os pensamentos marxista e durkheimiano, em uma complexa e fluida dança de retóricas , na construção dos parágrafos que se seguem, com perdão da metalinguística.
      Weber constrói o conceito de ação social embasado na figura do agente, de suas ações e do significado que elas apresentam, carregadas de propósitos e intenções, enquanto Durkheim constrói o conceito de fato social embasado no corpo letivo da sociedade e em como este corpo modifica e determina as ações de um ser, que perde o posto de agente para o de subordinado à ações que lhe são incutidas coercivamente pelo meio social que o rodeia.
       No aspecto supracitado , é notável a divergência  no foco de ação para esses dois autores, enquanto o primeiro individualiza, o segundo não o faz , além de reduzir tudo à coletivização.
        Marx era adepto à teoria determinista, quase dogmática, da economia como fator único na geração de todos os fenômenos sociais , a história era movida pela luta de classes, as relações entre os homens se resumiam no fator explorador/explorado e o fatalismo revolucionário era quase certo, mediante ao estagio de alienação que o homem estava alcançando.
      Diferentemente de Marx, Weber até concebe o critério econômico como de grande, se não de maior, relevância na determinação de outros fatos, mas não o limita como único. Ele se apega ao capitalismo como fator racionalizador da vida, a sociedade capitalista representaria o horizonte de sua época, queria por isso se aprofundar acerca de suas origens e fundamentos e assim o tentou fazer, foi onde Marx não fora, em “O espirito capitalista e a ética protestante”.
      Dada brevidade propiciada pela proposta de espaço por meio do qual veiculo, concluo, sem mais delongas, que a riqueza do pensamento sociológico se dá justamente pela sua ampla capacidade de reinvenção. O irrefutável matutino tornar-se-á o ultrapassado vespertino.







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