Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Após as diversas adaptações
do capitalismo e a intervenção do Estado na economia, como fator regulador, resta
pensar qual o legado deixado pelo socialismo. Seu verdadeiro legado talvez não
seja uma forma de governo teleológica que vê a si mesma como um fim supremo e o
fruto de uma “razão” universal, porém indefinida. Uma forma de organização
social que constroi uma igualdade artificialmente esmagadora e insustentável,
mas antes, sua grande herança talvez seja o materialismo dialético como importante
forma de interpretação do mundo, capaz de explicar a história social por meio
da luta de classes. Mesmo que possivelmente se possa objetar a completa ausência
de consciência de classe na atual sociedade ocidental, e mais do que isso, talvez
uma divisão social em distintas classes de consumidores, muito mais mutável,
homogênea e flúida possa ser mais adequada que a antiga distinção, ainda assim
o materialismo dialético presente na luta entre diferentes grupos se mostra
como importante fator de interpretação e explicação do desenvolvimento (desenvolvimento
não em um sentido positivista) social. A vontade
de poder, em um sentido nietzschiniano, de diferentes grupos e a luta de
tais grupos, entendida dialeticamente como um motor da sociedade, possa talvez ser
vista como o grande legado do marxismo.
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