segunda-feira, 4 de junho de 2012

Após as diversas adaptações do capitalismo e a intervenção do Estado na economia, como fator regulador, resta pensar qual o legado deixado pelo socialismo. Seu verdadeiro legado talvez não seja uma forma de governo teleológica que vê a si mesma como um fim supremo e o fruto de uma “razão” universal, porém indefinida. Uma forma de organização social que constroi uma igualdade artificialmente esmagadora e insustentável, mas antes, sua grande herança talvez seja o materialismo dialético como importante forma de interpretação do mundo, capaz de explicar a história social por meio da luta de classes. Mesmo que possivelmente se possa objetar a completa ausência de consciência de classe na atual sociedade ocidental, e mais do que isso, talvez uma divisão social em distintas classes de consumidores, muito mais mutável, homogênea e flúida possa ser mais adequada que a antiga distinção, ainda assim o materialismo dialético presente na luta entre diferentes grupos se mostra como importante fator de interpretação e explicação do desenvolvimento (desenvolvimento não em um sentido positivista) social. A vontade de poder, em um sentido nietzschiniano, de diferentes grupos e a luta de tais grupos, entendida dialeticamente como um motor da sociedade, possa talvez ser vista como o grande legado do marxismo.     

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