domingo, 24 de junho de 2012

Legado weberiano


Ao se deparar com o trabalho realizado por Max Weber (1864 -1920) deve-se lembrar, antes de tudo, que foi um homem que vivenciou momentos muito atribulados da história europeia: da unificação alemã até a 1ª Guerra Mundial e é claro que esses fatos influenciaram nos escritos de suas obras.

Interessante lembrar que Weber faz várias rupturas com alguns autores anteriores, a exemplo de Comte e Durkheim. Durkheim, por exemplo, queria equiparar a sociologia às ciências naturais como a biologia, buscando uma total objetividade. Weber, ao contrário, afirma que a ciência humana trabalha com uma OBJETIVIDADE POSSÍVEL, ou seja, ele acredita que o sociólogo deve buscar o máximo de objetividade, mas pondera, proferindo que é impossível não ter um mínimo de subjetividade na produção do conhecimento humano. Além do que, Max supera a visão evolucionista/teleológica/determinista presente na teoria de Comte e Durkheim, ou seja, Weber não prega a existência de uma linha evolutiva para o desenvolvimento da sociedade. Isso porque Weber acredita que a sociedade é um feixe inesgotável de fatos, ou seja, um certo contexto social possui infinitas possibilidades de análises e que a realidade se baseia na AÇÃO SOCIAL.

A ação social, por sua vez, parte de um indivíduo em direção a uma outra pessoa e possui um fim que está relacionado em como o outro indivíduo se comportará, esperando um resultado “X”. No entanto, numa sociedade composta por tantas pessoas é impossível adivinhar a resposta exata de toda a sociedade. Weber classifica a ação social em quatro tipos: a) ação racional com relação a um objeto; b) ação social com relação a um valor; c) ação afetiva ou emocional; d)ação tradicional.

Um outro conceito importante desenvolvido no trabalho de Weber é o TIPO IDEAL. Max afirma que o sociólogo exagera a realidade, ou seja, pega um determinado contexto social e transforma em um conceito. É um recorte exagerado de um determinado aspecto social para facilitar o estudo e a compreensão de como a sociedade é composta.

A sociologia composta por Weber tem caráter compreensivo e não determinista. Weber acredita que a economia, a política, a religião, a cultura, por exemplo, existem ao mesmo tempo e estão interagindo entre si e influenciando a formação da sociedade. Desse modo, Weber critica o “denominador comum” do marxismo que seria a economia.  No entanto, será mesmo que a teoria marxista é determinista? O socialismo científico prega que a análise da sociedade tem início com a infraestrutura, que seria um primeiro contanto com a realidade, a partir disso, o homem conseguiria desenvolver uma série de pensamentos formulando, assim, a ideologia, a superestrutura. A partir dessa análise, muitos afirmam que Marx e Engels são autores deterministas, no entanto, muitos defendem que há um equívoco nessa conclusão: com a formação da superestrutura haveria uma ligação e uma troca de influências entre a superestrutura e a infraestrutura, uma modificaria a outra e serviria de base à outra. Desse modo, seria errado afirmar que a teoria marxista é de fato determinista.

Embates e polêmicas à parte, Max Weber foi um grande homem de seu tempo, deixando um legado imprescindível para a construção de uma sociologia mais crítica e construtiva.

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